Exportações de carne bovina atingem volume histórico
Em julho de 2025, o Brasil registrou o maior volume de exportações de carne bovina da história. De acordo com dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), foram embarcadas 310,2 mil toneladas de carne bovina (in natura e processada), o que representa um crescimento de 15,3% em relação a junho e de 4% sobre o recorde anterior, registrado em outubro de 2024, quando foram exportadas 298,2 mil toneladas.
Alta também na carne bovina in natura
Considerando apenas a carne bovina in natura, foram exportadas 276,8 mil toneladas em julho de 2025, segundo análise da Scot Consultoria. Esse volume representa um crescimento anual de 16,7% frente às 237,2 mil toneladas embarcadas no mesmo mês de 2024, e um avanço de 14,8% em relação a junho deste ano, quando foram exportadas 241,09 mil toneladas.
Média diária e receita também sobem
A média diária das exportações de carne bovina in natura em julho foi de 12,03 mil toneladas, um avanço de 16,68% em relação à média diária de julho de 2024, que era de 10,3 mil toneladas.
Em termos financeiros, a receita total com as exportações de carne bovina alcançou um patamar histórico de R$ 9,2 bilhões. Considerando os dados em dólar, o valor negociado ficou em US$ 1,53 bilhão, superior aos US$ 1,04 bilhão registrados em julho do ano anterior. A média diária de faturamento atingiu US$ 66,8 milhões, crescimento de 46,9% em comparação com os US$ 45,4 milhões diários de julho de 2024.
Preços internacionais em alta
Os preços médios pagos pela carne bovina brasileira também aumentaram. Em julho de 2025, o preço médio por tonelada ficou em US$ 5.551, alta de 25,9% frente ao valor médio de julho de 2024, que era de US$ 4.409 por tonelada.
Impacto da tarifa dos EUA e redirecionamento das exportações
Mesmo com a imposição da tarifa de 50% pelos Estados Unidos — que entrou em vigor no dia 6 de julho —, o desempenho das exportações foi expressivo. Segundo pesquisadores do Cepea, o volume exportado aos EUA em julho foi de 18.235 toneladas, praticamente o mesmo de junho, com leve alta de 2 toneladas. No entanto, a participação dos EUA nas exportações brasileiras caiu de 6,8% para 5,9%.
Com a menor participação norte-americana, o Brasil fortaleceu as relações comerciais com outros mercados. A China, por exemplo, ampliou sua fatia de 50% para 51,1% do total exportado, com aumento de 14,8% no volume embarcado — o equivalente a 23.952 toneladas a mais que em junho.
Pesquisadores do Cepea destacam que as indústrias brasileiras atuaram rapidamente para redirecionar seus embarques, buscando ampliar parcerias com outros países e, em alguns casos, transferindo operações com os EUA para unidades localizadas em nações não afetadas pela tarifa.
Mesmo diante de desafios como a nova tarifa dos EUA, o setor de carne bovina brasileiro mostrou resiliência e capacidade de adaptação. Os dados históricos de julho reforçam a força das exportações do país, sustentadas pelo aumento de demanda da China e de outros mercados estratégicos.
Fonte: Portal do Agronegócio
Fonte: Portal do Agronegócio