A ocorrência foi registrada após denúncia de um vizinho, que relatou a situação à polícia
Cão abandonado foi resgatado na tarde desta quarta-feira (31) em uma residência na Rua Petrolândia, na Vila Sílvia Regina, em Campo Grande. A ocorrência foi registrada após denúncia de um vizinho, que relatou a situação à polícia.
De acordo com o boletim de ocorrência, o animal permanecia sozinho no imóvel a cerca de 20 dias. O cão apresentava extrema magreza, ferida em estado avançado com mau cheiro e não tinha acesso à água ou alimento, o que caracteriza, em tese, maus-tratos.
Equipes da Polícia Militar foram até o endereço e conversaram com o denunciante, que reiterou que a vizinha teria abandonado um cão de raça indefinida no interior da casa. Ele informou ainda que já havia solicitado apoio do CCZ (Centro de Controle de Zoonoses), anteriormente, mas não havia recebido retorno até aquela data.
Por meio de uma fresta no portão, os policiais visualizaram o animal em meio a fezes e urina, com estado físico debilitado, magreza acentuada e ferimento aparente, circunstâncias compatíveis com maus-tratos. Após contato, a equipe de resgate do CCZ compareceu ao local, realizou a remoção do cão e o encaminhou ao órgão para as providências cabíveis.
A dona do animal não foi localizada no momento em que a polícia esteve na casa. O registro de ocorrência foi confeccionado para conhecimento da autoridade competente e adoção das medidas legais.
Em conversa com o Campo Grande News, um vizinho de 43 anos descreveu a situação como triste e disse que teve que acionar a polícia quando perceberam que o animal tinha uma piometra (infecção uterina grave em cadelas e gatas não castradas) estourada e sangrando.
“Estava com bicho já, passando muita fome, no meio de muita sujeira. Os vizinhos acionaram os agentes de saúde, a prefeitura a notificou, mas ela não para em casa, vem só algumas vezes no período da noite e chegou ao ponto que tivemos que acionar a polícia”.
Proprietária nega abandono – Procurada pela reportagem, a tutora do animal que não quer se identificar, afirmou que a cadela não era dela, mas sim de seu ex-marido, e que o animal estava no imóvel de forma temporária. “Tive que viajar a trabalho, eu sou sozinha para cuidar de duas crianças. Eu tive que sair e deixei uma pessoa cuidando da cadela. Quando cheguei recebi essa bomba”
Ela sustenta que a cadela já tinha diagnóstico de câncer incurável e que havia sido informada anteriormente por profissionais de que a única alternativa seria a eutanásia. “Liguei várias vezes no CCZ, mandei milhões de mensagens e eles nunca me atenderam. Falaram que eu tinha que levar lá, mas como uma pessoa que trabalha o dia todo, ganha um salário mínimo vai fazer isso? Motorista de aplicativo não leva, eu não tenho condições”, diz alegando que conta com a ajuda da mãe para cuidar das crianças.
Sobre a acusação de maus-tratos e abandono, a proprietária nega. Afirma que não maltratou a cadela e que confiou a casa a um terceiro enquanto estava fora. Reconhece que o imóvel pode apresentar sinais de desorganização, mas atribui isso à rotina exaustiva de trabalho e à falta de apoio.
Fonte: Campograndenews