Café com Tecnologia — Mulheres no Digital debate desafios e oportunidades para a inclusão feminina no setor

Foto: Jamile Ferraris / MJSP

Brasília, 13/03/2025 – Na segunda-feira (10), o Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) promoveu o Café com Tecnologia — Mulheres no Digital, um encontro voltado para a reflexão sobre os desafios e as oportunidades das mulheres no setor tecnológico. Durante a programação, especialistas compartilharam experiências e insights sobre a inclusão feminina no mundo digital, promovendo um espaço de diálogo e inspiração.

O evento contou com três painéis temáticos, que abordaram questões como o impacto do racismo na atuação feminina no setor tecnológico, os desafios enfrentados pelas mulheres no ambiente digital e o papel do ativismo digital na defesa dos direitos da infância. A iniciativa reforça o compromisso do MJSP em ampliar a representatividade e fortalecer a participação desse público em um setor ainda predominantemente masculino.

A secretária de Direitos Digitais, Lílian Cintra de Melo, ressaltou que o evento também é uma forma de homenagear personalidades inspiradoras que fazem parte da trajetória da secretaria. Ela destacou a importância de abrir espaço para que outras mulheres possam trazer suas experiências e servir de referência para futuras lideranças. “Nos momentos de dúvida, penso que, se eu não fizer por mim, farei por todas as mulheres que também se questionam. Precisamos ocupar esses espaços e incentivar outras a fazerem o mesmo”, afirmou.

A subsecretária de Tecnologia da Informação e Comunicação, Solange Berto, destacou que, apesar dos avanços, a presença feminina na tecnologia ainda é muito baixa. “Hoje, apenas 15% das lideranças na área de TI dos órgãos públicos são mulheres. Precisamos incentivar as meninas desde cedo a enxergarem a tecnologia como um caminho possível e acessível”, enfatizou. Ela também alertou para os desafios enfrentados por esse público na liderança, como a desconsideração de opiniões em reuniões majoritariamente masculinas, e reforçou a necessidade de um posicionamento firme para mudar essa realidade.

Racismo, futuro e ativismo

O primeiro painel destacou os desafios adicionais enfrentados por mulheres negras no setor digital. A interseccionalidade entre gênero e raça impõe obstáculos que vão desde a falta de acesso a oportunidades até a permanência em ambientes corporativos. Foi abordada a necessidade de atenção urgente e de ação contínua para garantir equidade e inclusão, promovendo capacitação, acesso ao poder e incentivo à inovação entre mulheres de diferentes origens.

O segundo painel discutiu as relações entre gênero, tecnologia e biopolítica. A concentração de poder econômico em grandes corporações foi destacada como um fator que produz impactos na tecnologia e na internet. No geral, o painel refletiu sobre como o mercado e as instituições moldam e impõem desafios à sociedade e às identidades contemporâneas. Por outro lado, ao aumento da identificação LGBTQIA+ nas novas gerações foi atribuído o potencial de mudanças sociais e culturais, inclusive no setor.

O terceiro painel focou no papel e participação de mulheres no processo de regulação de tecnologias digitais no Brasil, e na proteção de direitos digitais de crianças e adolescentes. Além disso, discutiu-se a importância de que as empresas de tecnologia considerem crianças e adolescentes no design de produtos e serviços digitais e o impacto da sobrecarga materna no cuidado e proteção também no ambiente digital.

Fonte: Ministério da Justiça e Segurança Pública