Os minerais críticos podem desempenhar um papel estratégico para a soberania nacional. O tema esteve no centro da reunião entre a ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, e a diretora do Centro de Tecnologia Mineral (CETEM), Silvia França, na sede da pasta, em Brasília.
“O Brasil é detentor de muitas reservas de minerais críticos, e o CETEM já trabalha há mais de uma década no desenvolvimento tecnológico destinados para muitos desses minerais visando à agregação de valor na cadeia produtiva”, explicou a diretora da unidade de pesquisa do MCTI.
Os minerais críticos são recursos essenciais para setores estratégicos, como tecnologia, defesa e transição energética, cuja oferta sujeita a riscos de escassez ou dependência de poucos fornecedores. Entre os elementos que entram no grupo estão o lítio, cobalto, níquel e terras-raras.
Segundo o Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS), o Brasil é o maior detentor global de reservas de nióbio (94%), com 16 milhões de toneladas. No ranking global, é o segundo maior em reservas de grafite, com 74 milhões de toneladas (26%), possui a terceira maior reserva de níquel, com 16 milhões de toneladas (12%).
“Hoje, o CETEM tem projetos em desenvolvimento para minérios de lítio, terras-raras, níquel, cobalto, alumínio, além dos minerais para fertilizantes, todos com foco na viabilização de depósitos e na agregação de valor. A infraestrutura de laboratórios e de usina-piloto diferenciada e o corpo técnico altamente especializado permitem ao CETEM realizar projetos tecnológicos para entregar soluções para os desafios nacionais”, complementou a diretora do centro.
Os minerais críticos têm um papel estratégico na produção de baterias de veículos elétricos, turbinas eólicas, painéis solares e semicondutores. Por isso, o grupo é essencial para a inovação tecnológica e energias renováveis, sendo indispensável para reduzir a pegada de carbono e garantir a segurança econômica e geopolítica diante da crescente demanda global por sustentabilidade e digitalização.
“Não basta ter reservas minerais. Como um centro tecnológico da área mineral, nós sempre entendemos que o país precisa desenvolver e aprimorar tecnologias para agregação de valor a essas matérias-primas”, finalizou
Com a transição energética e a busca cada vez maior por fontes de energia limpa, alguns minerais têm se tornado alvos de disputas comerciais internacionais. As terras-raras, um conjunto de 17 elementos químicos, são os principais minerais estratégicos debatidos.
De acordo com o Serviço Geológico do Brasil (SGB), empresa pública ligada ao Ministério de Minas e Energia (MME), o Brasil detém a terceira maior reserva dos elementos terras-raras, com um total de 21 milhões de toneladas. Os depósitos estão localizados entre os estados de Minas Gerais, Amazonas, Goiás, Rio de Janeiro, São Paulo e Roraima.