Ciência Aberta e Comunicação Científica: avanços, desafios e perspectivas no Brasil

Luana Rocha (Ascom/MCTI)

A ciência aberta tem ganhado espaço nas agendas acadêmicas e institucionais ao redor do mundo. O movimento propõe novas formas de produzir, compartilhar e acessar o conhecimento científico, com foco na transparência, colaboração e democratização da informação. Isso inclui desde o acesso livre a publicações e dados de pesquisa até a valorização da ciência cidadã e o uso de plataformas abertas.

Com base nesse contexto, a mesa-redonda “Comunicação Científica: Desafios e Oportunidades” foi realizada na Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), como parte da programação da 77ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC).

 A atividade reuniu pesquisadores e gestores para discutir os rumos da comunicação científica no Brasil, abordando aspectos éticos, desafios estruturais e caminhos para a ampliação do acesso ao conhecimento.

Coordenada pela professora Marie Anne Van Sluys, da Universidade de São Paulo (USP), a mesa contou com a participação da física Débora Peres Menezes, do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq); do professor Luiz Antônio Pessan, diretor de programas e bolsas da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes); e do pesquisador Washington Segundo, do Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (IBICT).

Débora Peres Menezes destacou preocupações com a integridade da produção científica, a partir do crescimento de publicações em periódicos considerados predatórios, da pressão por produtividade e do aumento de casos de retratação por má conduta. Segundo ela, esses fatores contribuem para o enfraquecimento da credibilidade da ciência e precisam ser enfrentados com políticas públicas e ações institucionais.

O professor Luiz Antônio Pessan abordou o tema da comunicação científica a partir do modelo de acesso aberto. Segundo ele, o atual sistema ainda favorece países desenvolvidos e editoras comerciais, o que gera barreiras para instituições de pesquisa e pesquisadores de países em desenvolvimento.

Já Washington Segundo tratou dos princípios da ciência aberta, destacando o papel da transparência, da inclusão e do compartilhamento de dados e resultados como estratégias para fortalecer a ciência pública e ampliar seu alcance.

A mesa integrou a agenda da SBPC que, em sua 77ª edição, reúne centenas de atividades acadêmicas, culturais e científicas, com participação de instituições de todo o país.

Fonte: Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação