Importações de defensivos somam quase US$ 5 bilhões em 2024
O Brasil importou quase US$ 5 bilhões em defensivos agrícolas somente em 2024. Desse total, 18,2% tiveram origem nos Estados Unidos, segundo informações divulgadas por Artur S. Vasconcelos Barros, diretor executivo do Grupo Central Campo. A crescente dependência de produtos norte-americanos preocupa, especialmente diante do atual cenário de instabilidade nas relações comerciais entre os dois países.
Glifosato e atrazina são os principais insumos afetados
Do total importado dos EUA, destacam-se duas moléculas essenciais para a agricultura brasileira: o glifosato técnico e a atrazina técnica.
- Atrazina: 57,8% das compras brasileiras vieram dos Estados Unidos.
- Glifosato técnico: 39,7% também tiveram origem americana.
Esses dois defensivos são amplamente utilizados nas lavouras brasileiras, o que torna o país vulnerável a possíveis interrupções no fornecimento.
Tarifas elevadas podem comprometer o abastecimento
O alerta se torna ainda mais relevante após o anúncio de Donald Trump, que propôs tarifas de até 50% sobre produtos brasileiros. A possibilidade de retaliações comerciais por parte do Brasil eleva o risco de escassez ou encarecimento de insumos agrícolas críticos.
China lidera, mas EUA têm papel estratégico
Apesar da China seguir como principal fornecedora de defensivos ao Brasil, com 44,8% de participação, os Estados Unidos ocupam uma posição estratégica, sobretudo no fornecimento de moléculas fundamentais para o atual modelo produtivo do agronegócio nacional.
Especialista recomenda planejamento e diversificação de fornecedores
Para Artur Barros, o momento exige atenção redobrada:
“A imprevisibilidade do comércio internacional nos exige atenção, planejamento e — acima de tudo — diversificação de riscos. Se os ventos mudarem, que estejamos prontos para nos adaptar”, afirmou em publicação no LinkedIn.
A recomendação é clara: o Brasil precisa reduzir sua vulnerabilidade externa e buscar segurança no abastecimento, garantindo autonomia e estabilidade para o setor agrícola.
Fonte: Portal do Agronegócio
Fonte: Portal do Agronegócio