Lançado em fevereiro deste ano, o Desenrola Rural já se consolidou como um dos principais instrumentos de apoio à agricultura familiar no país. Em apenas seis meses, o programa ultrapassou a meta inicial de 250 mil operações e registrou a renegociação de 313,1 mil contratos, envolvendo 175,5 mil produtores rurais. O valor renegociado chegou a R$ 6,3 bilhões até o fim de julho, de acordo com dados do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA).
Segundo o MDA, a maior parte das renegociações envolve dívidas de pequeno valor – especialmente débitos inscritos na Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN), em sua maioria abaixo de R$ 20 mil. O levantamento também aponta que o Nordeste lidera o acesso ao programa em número de operações, seguido pela região Sul.
Os dados detalhados mostram a abrangência da iniciativa: 72,8% das operações renegociadas estão na Dívida Ativa da União (PGFN); 8,2% correspondem a débitos com o Fundo Constitucional no Banco do Nordeste; e 9,2% envolvem passivos junto ao Sicredi. O restante se distribui entre contratos com Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE) e operações ligadas ao Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra).
Entre os beneficiados, destacam-se também as famílias assentadas da reforma agrária. Desde o lançamento do programa, 4,6 mil famílias renegociaram mais de 5,4 mil operações de Crédito Instalação do Incra, totalizando R$ 60,9 milhões em valores regularizados.
O Desenrola Rural é direcionado a agricultores familiares, pescadores artesanais, povos e comunidades tradicionais (como quilombolas e indígenas), assentados da reforma agrária e cooperativas da agricultura familiar. O objetivo central é oferecer condições para a liquidação ou repactuação de dívidas e, com isso, permitir que esses públicos voltem a ter acesso às linhas de financiamento do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf).
Além de recuperar a capacidade de crédito dos produtores, o programa busca fortalecer economicamente a agricultura familiar, considerada estratégica para o abastecimento interno e para a geração de emprego e renda no campo.
Fonte: Pensar Agro