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domingo, 19 de maio, 2024
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Duas crianças são atingidas por tiros de fuzil em guerra do tráfico na fronteira

Segundo a Polícia Nacional do Paraguai, a mais recente vítima, uma menina de 9 anos, foi morta por atiradores junto com o pai. A primeira teve parte do nariz arrancado após levar três tiros e não corre risco de vida.

A guerra de facções pelo controle do narcotráfico na fronteira do Paraguai com o Brasil, próximo a Ponta Porã, no Mato Grosso do Sul, agora tem feito novas vítimas. Em um intervalo de 14 dias, segundo a Polícia Nacional do Paraguai, duas crianças brasileiras, residentes do lado paraguaio, foram atingidas por tiros de fuzil durante atentados. Uma morreu e a outra teve parte do nariz arrancado.

A Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) informou que do lado sul-mato-grossense, até esta terça-feira (8), não houve nenhum registro de homicídio doloso com crianças como vítimas neste ano.

Conforme promotor paraguaio, Marco Amarilla, as execuções são bastante parecidas, assustam os moradores da região causando um cenário de insegurança e tem feito novas vítimas que não tem nenhuma ligação com os alvos dos assassinos.

“Geralmente os criminosos chegam até as vítimas de carro ou motocicletas. Premeditados, os atentados acontecem até mesmo a luz do dia e os tiros, que de comum são de fuzil ou pistolas, só param quando existe a certeza da morte”, explicou ao G1.

Segundo o delegado Alcides Braun, que atua em Ponta Porã, na região da linha internacional, usa-se muito o fuzil para garantir as execuções: “Os projéteis dessa arma acabam transfixando o alvo, mesmo as que não acertam, essas balas continuam a trajetória por longo percurso”, e ainda acrescentou:

"A maioria das grandes execuções ocorrem com fuzil. É uma arma que dispara os projéteis em alta velocidade e com muita energia. Então o próprio veículo não consegue segurar a munição e atravessando esse, acaba acertando quem está próximo", explicou.

Ainda de acordo com o delegado, os atentados geralmente são compostos de dois a quatro atiradores. Na dinâmica do crime, todos eles disparam ao mesmo tempo o que dificulta a vítima sair com vida.

"Nesse caso, muitos projéteis se perdem e acabam atingido inocentes que geralmente não tem nenhuma ligação com o alvo da execução, como foi o caso das duas meninas recentemente atingidas por tiros de fuzil", afirmou.

Vítimas inocentes

Conforme a Polícia Nacional do Paraguai, em 2020, duas crianças foram atingidas durante atentados na região da linha internacional. A primeira foi uma menina de 6 anos. Brenda Micaela Arguello González teve parte do nariz arrancado após ser atingida por três tiros de fuzil enquanto brincava na frente da própria casa, no último dia 20, em Pedro Juan Caballero, cidade vizinha a Ponta Porã (MS).

Segundo a ocorrência policial, Brenda foi ferida no momento em que um homem teria sido alvo de um atentado. Ele foi alvejado e morto com vários tiros de fuzil e de pistola. Uma mulher de 36 anos, também teria sido atingida por um tiro de raspão e foi socorrida.

Conforme o pai da garota, Alcides Gonzalez, a filha já está em casa e se recupera bem depois de passar um período internada em um hospital de Dourados (MS). Ela passou por um procedimento cirúrgico para recuperação do nariz e ainda informou que um dos três projéteis ficará alojado no corpo de Brenda.

Conforme o Hospital Universitário, a menina foi avaliada por especialistas de cirurgia vascular, cirurgia plástica, de cabeça e pescoço e ainda passará por outros procedimentos cirúrgicos. 

Fonte: G1 MS