“É hora de usar o dinheiro para preservar a natureza e garantir futuro”, diz Marina Silva no Rio Grande do Sul

Conferência estadual é etapa do processo de construção da 5ª CNMA - Foto: Rogerio Cassimiro/MMA

“A humanidade, nos últimos 400 anos, transformou a natureza em dinheiro. Chegou a hora de usar o dinheiro para preservar a natureza e devolver a vida aos nossos jovens e crianças para termos um futuro”, afirmou a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, na 5ª Conferência Estadual do Meio Ambiente do Rio Grande do Sul na terça-feira (11/3) em Porto Alegre.

O evento reuniu integrantes da sociedade civil, academia, governos e setor privado com o objetivo de debater e consolidar até vinte propostas para combater os efeitos da mudança do clima no estado. Elas serão levadas por uma delegação composta por 60 representantes gaúchos à 5ª Conferência Nacional do Meio Ambiente (CNMA), que ocorrerá de 6 a 9 de maio em Brasília (DF).

Em seu discurso, a ministra destacou a vulnerabilidade do Rio Grande do Sul aos impactos do aquecimento global. Cerca de 190 de seus 497 municípios têm capacidade adaptativa baixa ou muito baixa para lidar com eventos de secas, e 206 municípios apresentam dificuldades para enfrentar inundações, enxurradas e alagamentos.

“Esse é um dos estados onde o problema da mudança climática é mais grave. As consequências dos eventos climáticos extremos assolam o estado o tempo todo”, pontuou. “Uma hora é chuva demais, outra hora é chuva de menos. Em 2024, tivemos chuvas torrenciais, e agora estamos vivendo uma situação de estiagem.”

Marina Silva ressaltou, no entanto, que os efeitos da mudança do clima não são sentidos apenas pela população gaúcha, e que é necessário conquistar corações e mentes para fazer frente ao problema. “De todas as crises que vivemos, a crise climática é a mais grave. Tem o poder de alcançar geograficamente o planeta inteiro e a capacidade de afetar demograficamente toda a humanidade”, disse.

A conferência estadual, organizada pelo governo gaúcho, é um desdobramento das etapas municipais e intermunicipais do processo de construção da 5ª CNMA. Nessas fases, os municípios do Rio Grande do Sul debateram ideias para enfrentar os desafios climáticos locais. Participaram 253 municípios do estado, que elaboraram 419 propostas oriundas de 33 conferências municipais, 14 conferências intermunicipais e sete conferências livres. Para acessar o Caderno de Propostas do Rio Grande do Sul, clique aqui.

Sobre a 5ª CNMA

Com o tema “Emergência Climática: O Desafio da Transformação Ecológica”, a 5ª CNMA é organizada pelo governo federal com o objetivo de discutir e apresentar soluções para os desafios ambientais do Brasil. A edição atual busca criar um espaço democrático que permita à sociedade brasileira contribuir com propostas para enfrentar as causas e impactos da mudança do clima no país.

Iniciada em 2024, a primeira etapa da 5ª CNMA envolveu a realização de 62 atividades autogestionadas e 1.227 conferências livres, municipais e intermunicipais, que mobilizaram 2.455 municípios.  

A segunda fase compreende as conferências estaduais e distrital, que ocorrem até 15 de março. Nelas, cada unidade federativa tem a missão de eleger os delegados que representarão o estado na etapa nacional e consolidar até vinte propostas relacionadas ao seis eixos temáticos: Mitigação, Adaptação e Preparação para Desastres, Transformação Ecológica, Justiça Climática e Governança e Educação Ambiental. 

O processo culmina na realização da etapa nacional, em Brasília (DF), com a participação de delegações de todos os estados e do Distrito Federal. Neste momento, serão avaliadas as propostas estaduais e apresentadas e consolidadas as propostas finais da 5ª CNMA para a Transformação Ecológica do país no contexto da mudança do clima.

Acesse a página da 5ª CNMA.

Fonte: Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima