Em Guia Lopes, prédio da segurança pública tem calçamento renovado com mão de obra prisional e pavers fabricados em presídio

O caráter retributivo da pena ganhou forma e utilidade em Guia Lopes da Laguna, onde a Agepen (Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário) promoveu a revitalização e instalação de pavers no calçamento da Delegacia de Polícia Civil. Em uma semana, reeducandos do Estabelecimento Penal Máximo Romero, de Jardim, executaram a obra, unindo ressocialização, economia de recursos públicos e benefício direto à população.

Quatro detentos participaram da execução. Eles foram selecionados com base no bom comportamento, aptidão para a função e cumprimento dos requisitos legais. Os pavers utilizados foram produzidos dentro da unidade prisional. Apoiada pela 1ª VEPIn (Vara de Execuções Penais do Interior), que autorizou a liberação de internos do regime fechado para execução da obra, com acompanhamento da Polícia Penal e da Polícia Civil, a iniciativa, teve como propósito qualificar os internos, proporcionar remição de pena, reduzir gastos do Estado e melhorar a infraestrutura da unidade policial.

Em Guia Lopes, prédio da segurança pública tem calçamento renovado com mão de obra prisional e pavers fabricados em presídioO diretor do estabelecimento penal de Jardim, Davi Bernardes, explica que a ação integra um conjunto de projetos de retribuição social desenvolvidos pela unidade. “Outro exemplo é o cultivo de hortaliças, que são doadas a instituições assistenciais da região, como a Associação Pestalozzi e o CRAS (Centro de Referência de Assistência Social). Temos buscado parcerias, como com o Poder Judiciário, para ampliar a estrutura de oficinas e implementar novos projetos que devolvam à sociedade um retorno concreto por meio do trabalho dos internos”, destacou.

O juiz titular da 1ª VEPIn, Luiz Felipe Medeiros Vieira, ressalta que a medida alia dignidade e economia à Administração Pública. “Esse trabalho integra um conjunto de ações voltadas à humanização do cumprimento da pena, possibilitando ao condenado exercer atividade laboral e remir sua pena. Além disso, o custo da mão de obra prisional é significativamente menor, o que representa um ganho para toda a sociedade. O aspecto retributivo também é relevante, já que, neste caso, o serviço foi realizado em benefício direto da comunidade, que contará com um espaço mais adequado na delegacia”, afirmou.

Em Guia Lopes, prédio da segurança pública tem calçamento renovado com mão de obra prisional e pavers fabricados em presídioO delegado titular de Guia Lopes da Laguna, Lucas de Taglialegna Marquez, reforça que a obra atende a uma necessidade antiga. “O calçamento era necessário para o estacionamento de viaturas de todas as forças de segurança e dos cidadãos que procuram a unidade. A melhoria não apenas favorece a funcionalidade e a estética do espaço, como também impacta positivamente no bem-estar dos servidores. A parceria com o presídio facilitou a execução e contribuiu para o processo de reeducação dos internos”, disse.

Para o diretor-presidente da Agepen, Rodrigo Rossi Maiorchini, o projeto evidencia o potencial transformador do trabalho prisional. “Quando conseguimos unir ressocialização, economia e benefício direto à população, todos saem ganhando. Esse é o sentido real da retribuição social, devolver à comunidade um benefício coletivo, enquanto se oferece ao interno uma oportunidade concreta de mudança de vida”, concluiu.

Fonte: AGEPEN – MS