Igor foi executado com cinco tiros, quatro nas costas e um na nuca, por um atirador encapuzado no dia 14 de janeiro de 2024
A absolvição de E. A. 27 anos, acusado de ser o mandante do assassinato do professor de educação física e atleta do grupo Ginasloucos, Igor Tavares dos Santos, 26, provocou revolta entre os familiares da vítima. A decisão da Justiça de Mato Grosso do Sul foi publicada nesta sexta-feira (16) no Diário da Justiça Eletrônico e aponta falta de provas como motivo para o réu ser inocentado.
Igor foi executado com cinco tiros, quatro nas costas e um na nuca, por um atirador encapuzado no dia 14 de janeiro de 2024, durante confraternização em uma casa de eventos no Bairro Vila Nova, em Paranhos. Na ocasião, outros dois jovens, de 23 e 28 anos, também foram baleados, mas sobreviveram.
Primo da vítima, um empresário de 26 anos procurou o Campo Grande News nesta tarde para cobrar justiça e denunciar o sentimento de impunidade. “A gente viu a notícia da absolvição e ficou revoltado. A mãe do Igor foi embora da cidade por medo”, desabafou.
Segundo o relato, o crime teria sido motivado por ciúmes. Ainda em 2022, enquanto estava preso, E. teria mantido um relacionamento com uma jovem com quem Igor se envolveu, acreditando que ela estava solteira. “Ela dizia que não tinha ninguém, depois foi embora do país. O Igor ficou com ela por três meses. Quando descobriu a verdade, começou a ser ameaçado dentro e fora da cadeia”, afirmou o primo.
Ainda conforme o relato, mesmo após uma tentativa de acerto entre os dois, as ameaças continuaram. No dia do crime, Igor teria sido atraído por um conhecido de E. até a casa onde foi morto, sob o pretexto de uma refeição entre amigos. “Ele confiou e foi. E ali foi executado. Isso é o que a gente sabe. É revoltante ver ele ser solto assim, sem julgamento justo”, completou o familiar.
A família promete recorrer da decisão e reunir novas provas. “Vamos entrar com o advogado para pedir a revogação. No celular do Igor tem as ameaças que ele sofria. Alguma coisa tem que ser feita”, concluiu.
Crime – Igor teria sido morto por se envolver com uma mulher comprometida. Na época, quatro homens foram presos por envolvimento e E. era apontado como mandante do crime. Ele já cumpriu pena por tráfico de drogas. Inicialmente, foi condenado a quatro anos e dois meses de prisão, mas, em 2022, o Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul reduziu a pena pela metade e ele saiu da cadeia.
Hoje, publicação da justiça confirma a absolvição de E. mas não há informações sobre os demais acusados. “(…) por não existirem indícios suficientes de autoria do crime descrito na denúncia. Revogo a prisão preventiva do réu. Expeçam-se os alvarás de soltura, colocando-o em liberdade se por outro motivo não estiver preso”.
O grupo Ginasloucos da Unigran foi criado em 1995 e é conhecido nacionalmente. A apresentação consiste em enterradas de basquetebol de uma forma atraente e extrovertida, onde são feitas jogadas individuais, duplas, trios e coletivas.
Fonte: Campograndenews