O Observatório do Seguro Rural, ligado ao Centro de Estudos de Agronegócios da FGV Agro, intensificou a pressão sobre o governo federal para garantir a recomposição do orçamento do Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural (PSR).
Em ofícios enviados nesta semana ao Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) e a entidades do agronegócio, o órgão pede a liberação de R$ 445 milhões que estão bloqueados — quase metade dos recursos previstos para 2025.
O impasse ocorre em um momento crucial. O PSR é a principal política pública para ajudar agricultores a contratar seguro e proteger lavouras contra perdas climáticas, e a maior demanda acontece justamente na safra de verão. Com o corte de 42% da verba, milhares de produtores correm o risco de ficar sem cobertura no período de maior exposição a eventos como secas, granizo e enchentes.
Nos últimos anos, o PSR se tornou ainda mais importante após ajustes no Programa de Garantia da Atividade Agropecuária (Proagro), que transferiram parte da procura para o mercado de seguros privados com subvenção federal. Essa mudança fez a demanda disparar, mas o orçamento não acompanhou o ritmo.
Levantamento do Observatório revela que, desde 2021, a área segurada no Brasil caiu quase pela metade, saindo de cerca de 14 milhões de hectares para pouco mais de 7 milhões. Para reverter esse cenário e retomar a cobertura anterior, a FGV Agro calcula que seriam necessários pelo menos R$ 2,1 bilhões em recursos anuais.
A instituição se colocou à disposição para fornecer dados e estudos que embasem as decisões do governo e defende uma atuação conjunta entre setor público e privado para dar previsibilidade aos produtores. Para o Observatório, liberar os R$ 445 milhões travados seria um passo imediato para evitar que a próxima safra fique exposta a riscos que poderiam ser mitigados.
Fonte: Pensar Agro