Fogo, balas letais e de borracha criam um cenário de guerra em que quatro pessoas já se feriram.
Na madrugada deste domingo (16), um indígena Guarani Kaiowá, identificado como Vicente Fernandes, foi assassinado com um tiro na nuca por pistoleiros, em Iguatemi (MS). A comunidade Pyuelito Kue sofreu ataques por três madrugadas seguidas desde que retomaram parte do seu território, onde a Fazenda Cachoeira está sobreposta. Fogo, balas letais e de borracha criam um cenário de guerra em que quatro pessoas já se feriram.
No dia 4 de novembro deste ano, pistoleiros cercaram a retomada, que incendiaram barracos e dispararam com armas de fogo. Vicente Fernandes é a primeira vítima fatal do conflito. A Fazenda Cachoeira foi recentemente arrendada por duas empresas de produção e exportação de carne. Cerca de 120 famílias da aldeia Pyelito Kue vivem em uma área de 97 hectares, traçada a partir de um acordo judicial de 2014, segundo o portal “o joio e o trigo”.
Demarcação e conflitos
A Fazenda Cachoeira é uma das 44 que estão sobrepostas à Terra Indígena (TI) Iguatemipeguá I. O território indígena há mais de 10 anos é identificado e delimitado como terra Guarani Kaiowa pela Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai). Nos últimos anos, a comunidade tem sido palco de conflitos por demarcação de terra e retomadas dos povos originários.
Quatro pessoas foram atingidas por tiros e uma criança teve uma das mãos queimadas por um rojão. Conforme o site O Joio e o Trigo, um boletim de ocorrência foi registrado na Delegacia da Polícia Federal de Naviraí (MS), onde foram entregues as balas recolhidas pelos indígenas pelo chão. A comunidade pede para que suas terras sejam demarcadas quanto antes.
Fonte: Midiamax


