A inoculação da soja com inoculantes biológicos tem se consolidado como uma estratégia econômica e sustentável para reduzir os custos com fertilizantes nitrogenados. Essa técnica utiliza bactérias benéficas que fixam nitrogênio no solo, diminuindo a dependência de adubos sintéticos e promovendo benefícios ambientais.
De acordo com dados da CropLife Brasil, o uso de inoculantes no Brasil cresceu 15% entre as safras 2023/2024 e 2024/2025, com uma média de aumento anual de 21% nos últimos três anos, quatro vezes superior à média global.
Economia significativa com fixação biológica de nitrogênio (FBN)
A soja demanda aproximadamente 80 kg de nitrogênio por tonelada produzida (Embrapa, 2020). Considerando a produtividade média da safra 2024/2025 de 3.560 kg/ha (Conab, 2024/25), a necessidade de nitrogênio por hectare chega a 285 kg.
Fernando Bonafé Sei, gerente técnico da Novonesis, explica que a FBN com inoculantes pode fornecer mais de 300 kg de nitrogênio por hectare, gerando redução de custos de até 95% em relação à ureia, principal fonte de nitrogênio sintético. Segundo os cálculos atuais, o uso de ureia para essa produtividade custaria cerca de R$ 3.000 por hectare, valor que pode ser economizado com a fixação biológica.
Produtividade e sustentabilidade ambiental
Além da economia financeira, o uso de inoculantes pode aumentar a produtividade da soja em até 8% com a reinoculação anual, segundo a Embrapa. A prática também promove a saúde do solo, aumentando a atividade microbiana e a ciclagem de nutrientes, contribuindo para a fertilidade a longo prazo.
Estudos de campo conduzidos pela Novonesis e publicados no International Journal of Life Cycle Assessment mostraram que a aplicação de inoculantes como o Optimize® pode reduzir as emissões de gases de efeito estufa (GEE) em até 4% por tonelada de soja, considerando a metodologia de Avaliação de Ciclo de Vida (ACV) padronizada por normas ISO.
Avanços tecnológicos em inoculantes biológicos
A Novonesis tem investido no aprimoramento de cepas microbianas para garantir a sobrevivência dos organismos mesmo em condições adversas e quando combinados com produtos químicos usados no tratamento industrial de sementes (TSI).
O inoculante CTS 1000®, à base de Bradyrhizobium, estende a viabilidade dos microrganismos de 24 horas para até 90 dias após o tratamento da semente, permitindo maior praticidade no plantio e melhor eficácia. Estudos de campo indicam ganho médio de 8,5 sacas por hectare em comparação a inoculantes tradicionais, resultado da intensificação da formação de nódulos e da fixação de nitrogênio.
Outro diferencial é o uso de moléculas precursoras de LCO (lipo-quitooligossacarídeos), que atuam como sinais para a planta da soja, acelerando o processo de nodulação e permitindo que os rizóbios comecem a fixar nitrogênio mais cedo.
Benefícios estratégicos para o produtor
Segundo Bonafé, os inoculantes biológicos não apenas reduzem custos e aumentam produtividade, mas também fazem parte de um manejo agrícola mais sustentável, alinhado à demanda por produção de alimentos eficiente e com menor impacto ambiental. Produtores que adotam essa tecnologia investem na fertilidade e longevidade do solo, enquanto contribuem para a redução das emissões de GEE.
Fonte: Portal do Agronegócio
Fonte: Portal do Agronegócio