Justiça inclui novos crimes em denúncia contra músico que matou jornalista

Assassino de Vanessa é indiciado por mais crimes em denúncia - Redes Sociais/Reprodução.

Caio Pereira se tornou réu por feminicídio em março deste ano, mas por falta de provas, não foi condenado por cárcere privado e violência psicológica.

A Justiça ampliou a denúncia contra o músico Caio César Nascimento Pereira, acusado de matar a jornalista Vanessa Ricarte, em Campo Grande. A decisão foi publicada nesta segunda-feira (6) no Diário da Justiça, tornando oficiais os novos crimes incluídos no processo após a análise de relatórios complementares da Polícia Civil.

O aditamento, protocolado em 23 de setembro, incorpora novas acusações que reforçam a gravidade do caso. Caio já havia sido denunciado por feminicídio qualificado por motivo fútil, além de cárcere privado e violência psicológica.

A promotora Lívia Carla Guadanhim Bariani, da 19ª Promotoria de Justiça, descreveu a conduta do réu como “repugnante e torpe” e pediu indenização mínima de R$ 10 mil à família da vítima.

Em 19 de março, o juiz Carlos Alberto Garcete de Almeida aceitou a denúncia, tornando Caio réu. Na ocasião, ele manteve o feminicídio, mas afastou as acusações de cárcere privado e violência psicológica por falta de provas – agora reincluídas após novas análises.

O ciclo de violência

Investigações do Gaeco (Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado) revelaram que Vanessa viveu semanas de terror entre 23 de janeiro e 12 de fevereiro, sob constante vigilância e ameaças do noivo. O relatório mostra que Caio mantinha um controle total da vida da vítima, acessando suas contas e rastreando sua localização via iPhone, Apple Watch e iCloud.

O comportamento abusivo seguia o chamado “ciclo da violência”, alternando fases de tensão, agressão e pedidos de perdão.

Mensagens obtidas no WhatsApp mostram o músico oscilando entre elogios e cobranças obsessivas, exigindo que Vanessa voltasse para casa e explicasse cada passo.

No dia 12 de fevereiro, a jornalista – que trabalhava como assessora de imprensa do Ministério Público do Trabalho – voltou à casa do agressor para buscar pertences e foi morta com várias facadas no peito. Ela havia sido orientada a procurar ajuda policial, mas não teve a escolta que esperava.

O caso segue em andamento e, com a nova decisão judicial, as acusações de violência psicológica e cárcere privado passam oficialmente a integrar o processo.

Fonte: Correio do Estado