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Lidar com as próprias emoções é desafio para crianças e jovens no século XXI

16/09/2016 15h20

Experiências que provocam sensações variadas devem ser estimuladas desde cedo, segundo especialistas. Jogos de raciocínio podem ser uma opção

Divulgação: Dora Nunes

Considerada por muitos especialistas como “o mal do século”, a ansiedade afeta cerca de 33% da população mundial, segundo dados da OMS. Crianças e adolescentes não escapam das estatísticas: algumas pesquisas, como a desenvolvida pelo Departamento de Psiquiatria da USP, sugerem que pelo menos 10% sofrem de algum transtorno ansioso no Brasil. A tendência é reforçada por outro estudo, feito pela MindGroup, no qual os estudantes que se declaram mais ansiosos na resolução de questões de matemática, tiveram desempenho 23% pior que os demais.

Como ajudá-los a controlar melhor suas emoções? Para Sandra Garcia, Diretora Pedagógica da Mind Lab e especialista em neurociência, é preciso antes de tudo entender o momento histórico vivido hoje. “As pessoas têm corrido atrás de algo, de uma felicidade que está por vir. Não vivem o momento presente, não curtem os pequenos prazeres do dia a dia”, diz. “Acreditam que a felicidade virá com a entrada de um filho na universidade, comprando uma casa nova ou o carro mais moderno. Assim, não aproveitam o que têm e nem as pessoas que estão ao seu redor. Vivem os processos aceleradamente, sempre ansiosos pelo que virá. O foco está sempre no futuro e, por isso, enfrentam a dificuldade de viver processos, o que também afeta os mais jovens”, explica Sandra.

Não há quem nunca tenha ficado ansioso ou experimentado outros sentimentos hoje considerados negativos, emoções que são inerentes ao ser humano. O desafio, no entanto, é aprender a lidar com elas. Para isso, é fundamental que sejam vivenciadas situações concretas, simuladas por meio de jogos, que permitam extravasar sentimentos como raiva, frustração e dor. “Ninguém é feliz o tempo todo, não amamos as pessoas com a mesma intensidade todos os dias. Isso é um mito. As crianças precisam ter consciência disso”, alerta Sandra.

Nesse contexto, os jogos simbólicos e de raciocínio se mostram uma maneira eficiente de colocar crianças e adolescentes em contato com sentimentos que todos nós devemos aprender a dominar para chegar à vida adulta com equilíbrio emocional.

“Não é pelo discurso, mas pela experiência vivida que se aprende. Quando uma criança perde uma partida em um jogo, é preciso explorar as emoções que aparecem. O que fazer? É importante desenvolver a consciência e lidar com as frustações que vão surgir ao longo da vida, aprendendo a se fortalecer a partir delas. Lidar com o ganhar e o perder.” – ressalta Sandra Garcia.

Habilidades socioemocionais

O conjunto de emoções e a maneira como lidamos com elas tem nome: habilidades socioemocionais. Essas competências nos permitem desenvolver, entre outras coisas, a capacidade do bom relacionamento interpessoal, da resolução de problemas e do autoconhecimento.

Para Anita Abed, psicopedagoga da Mind Lab e autora do estudo “O desenvolvimento das habilidades socioemocionais como caminho para a aprendizagem e o sucesso escolar”, texto produzido para o Conselho Nacional de Educação (Unesco), o ambiente escolar precisa urgentemente trabalhar as competências.

“Deve haver uma parceria entre escola e família, claro, mas muitos pais estão perdidos e não sabem o que fazer, então é hora de a escola capacitar o professor e assumir essa responsabilidade. Para isso, é fundamental desenvolver as habilidades socioemocionais do educador. Professores, alunos e familiares, em um contato próximo e intenso possibilitado pelos jogos, em um contexto lúdico e de simulação da realidade, se enriquecem pessoalmente e fortalecem os laços entre si.” – enfatiza Anita. O resultado, a longo prazo, é a construção de cidadãos resilientes, com capacidade de enfrentar situações frustrantes ou dolorosas através do controle das próprias emoções.

Sobre a Mind Lab (www.mindlab.com.br) – A Mind Lab é reconhecida mundialmente por sua abordagem inovadora voltada para o desenvolvimento de habilidades cognitivas e socioemocionais de crianças e jovens, para que eles estejam preparados para enfrentar os desafios da vida moderna. Fundada em Israel em 1994, a empresa já beneficiou mais de 2 milhões de estudantes ao redor do mundo, com presença em 25 países, dentre eles China, Estados Unidos, Reino Unido e Turquia. Sua metodologia exclusiva conta com três pilares: jogos de raciocínio, usados intencionalmente, métodos metacognitivos e professor mediador, apoiando os estudantes a transferirem os aprendizados com jogos para a vida real. No Brasil, onde hoje fica a sede da empresa, a Mind Lab é parceira de mais de mil instituições de ensino do setor público e privado e conta com cerca de 20 mil professores certificados para aplicação do Programa MenteInovadora, que é integrado ao currículo com uma aula semanal. Com a finalidade de ampliar o engajamento e impacto na formação dos jovens, a Mind Lab tem investido também no desenvolvimento de soluções complementares, tais como a plataforma de preparação para ENEM e Vestibulares MISSU, o portal de games MindLab.NET, o aplicativo Conectados.

Lidar com as próprias emoções é desafio para crianças e jovens no século XXI