O mercado brasileiro de feijão apresentou mais uma semana de baixa liquidez, com negociações concentradas no pós-pregão e maior cautela por parte dos compradores. As vendas ficaram abaixo das expectativas, refletindo um cenário de seletividade e atenção à qualidade dos lotes, segundo Evandro Oliveira, analista de Safras & Mercado.
Feijão carioca tem negócios concentrados em lotes de melhor qualidade
A oferta de feijão carioca predominou em Goiás, Minas Gerais e Paraná, sendo que os lotes paranaenses apresentaram qualidade inferior (notas 7,5 a 8). Os produtos extras (notas 9 e 9,5) foram menos frequentes, mas atraíram maior disputa.
“O preço de R$ 245,00/saca CIF SP se consolidou como referência para o extra, resistindo às tentativas de recuo para R$ 240,00/saca”, explicou Oliveira.
Os lotes comerciais variaram entre R$ 170,00 e R$ 190,00/saca, enquanto os defeituosos alcançaram R$ 160,00/saca. Diferenças regionais também se destacaram, com cotações FOB entre R$ 185,00/saca em Sorriso (MT) e R$ 216,00/saca em Barreiras (BA).
Feijão preto segue travado com demanda fraca
O feijão preto operou a preços nominais, sem volume suficiente para estabelecer referências. A entressafra e a baixa demanda interna mantêm as cotações pressionadas.
O produto extra foi ofertado a R$ 150,00/saca CIF SP, com negócios pontuais entre R$ 140,00 e R$ 165,00/saca, dependendo da qualidade. Nas regiões produtoras, os preços recuaram:
- Campos de Cima da Serra (RS): R$ 134,00 a R$ 136,00/saca FOB
- Sul do Paraná: R$ 120,00 a R$ 122,00/saca FOB
No varejo, mesmo promoções agressivas — R$ 4,99/kg para marcas comerciais e R$ 5,99/kg para marcas tradicionais — não estimularam o consumo. Segundo Oliveira, essa retração contribuiu para a queda de -0,27% no grupo de Alimentos e Bebidas do IPCA de julho.
Exportações de feijão batem recorde na temporada 2025/26
Apesar do mercado interno desaquecido, o comércio exterior segue aquecido. De janeiro a julho de 2025, as exportações brasileiras de feijão somaram 219,5 mil toneladas, alta de 21% em relação a 2024, gerando US$ 185,18 milhões em receita.
Julho marcou um recorde histórico, com 83,45 mil toneladas embarcadas. Goiás respondeu por 44,7% do volume, enquanto a Índia liderou as compras (48,3% do total), seguida por África do Sul e Portugal, ambos registrando aumentos expressivos.
Fonte: Portal do Agronegócio
Fonte: Portal do Agronegócio