Mercado do algodão registra queda no Brasil e alta em Nova York diante de fatores locais e internacionais

Segundo levantamentos do Cepea, os preços do algodão em pluma apresentaram forte queda em junho no mercado brasileiro. Entre 30 de maio e 30 de junho, o Indicador CEPEA/ESALQ, com pagamento em 8 dias, acumulou baixa de 6,16%, fechando a R$ 4,1456 por libra-peso no último dia do mês — valor nominal mais baixo desde 17 de fevereiro de 2025.

Essa retração foi motivada principalmente por desvalorizações externas e da moeda americana, que reduziram a paridade de exportação, além da pressão exercida pelos compradores e da maior flexibilidade dos vendedores para negociar.

Apesar da queda mensal de 2,4% em junho na média dos preços frente a maio, o valor ainda se mantém 9,1% superior ao registrado em junho do ano anterior, em termos nominais.

Alta expressiva da pluma de algodão na bolsa de Nova York

Enquanto isso, nos Estados Unidos, os contratos futuros de algodão na Bolsa de Nova York (ICE) encerraram junho com valorização significativa. Segundo o Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea), o contrato para julho de 2025 subiu de 64,04 cents por libra-peso no dia 16 para 67,52 cents no fechamento da última sexta-feira (27), acumulando alta de 5,43%.

Esse é o maior patamar registrado desde a primeira semana de maio de 2025.

Expectativa de menor área plantada nos EUA impulsiona preços

A valorização na bolsa norte-americana é atribuída a uma combinação de fatores especulativos e às expectativas de ajustes na área plantada nos Estados Unidos. O clima desfavorável das últimas semanas tem levantado dúvidas sobre a continuidade de algumas lavouras, podendo levar ao abandono de áreas cultivadas.

Essa possível redução na oferta americana tem pressionado os preços da pluma, revertendo as perdas observadas nos meses anteriores.

Resumo do cenário

O mercado global do algodão apresenta movimentos distintos entre Brasil e Estados Unidos. Enquanto o Brasil enfrenta queda nos preços por conta da desvalorização do dólar e paridade de exportação reduzida, os Estados Unidos registram valorização impulsionada pela expectativa de menor oferta futura.

Esse cenário reforça a importância de monitorar tanto os fatores climáticos quanto os aspectos comerciais e cambiais para entender a dinâmica das cotações do algodão no curto e médio prazo.

Fonte: Portal do Agronegócio

Fonte: Portal do Agronegócio