Mercado do trigo segue pressionado no Sul do Brasil com baixa demanda e margens apertadas

Demanda retraída e moinhos sem apetite por novas compras no Sul

O mercado do trigo continua travado no Sul do Brasil. De acordo com levantamento da TF Agroeconômica, a demanda segue enfraquecida, enquanto os moinhos alegam margens apertadas e já estão abastecidos até agosto, especialmente no Rio Grande do Sul. Com isso, não demonstram interesse em fechar novas compras.

Os preços variam conforme a qualidade e localização do produto. Em regiões como Porto Alegre e Serra, o trigo de melhor padrão chega a R$ 1.380,00 por tonelada, posto na indústria, mas os negócios ocorrem pontualmente a R$ 1.300,00 com pagamento previsto para setembro.

Moagem fraca e exportações desestimuladas

A moagem permanece em ritmo lento, reflexo direto da fraca demanda e da baixa margem de lucro apontada pelos moinhos. Essa conjuntura reduz a necessidade de reposição dos estoques. Mesmo as exportações não trazem alívio: os contratos para dezembro foram fechados a apenas R$ 1.290,00.

Em Panambi (RS), o preço ao produtor está fixado em R$ 70,00 por saca. Já em Santa Catarina, o mercado segue praticamente paralisado, com poucas vendas e presença contínua do trigo gaúcho. Os preços praticados variam entre R$ 1.330,00 e R$ 1.360,00 FOB. Nas principais praças catarinenses, as cotações oscilam entre R$ 72,00 e R$ 79,00 por saca.

Paraná também sente os efeitos da demanda reduzida

No Paraná, o inverno não trouxe o esperado aumento na demanda por farinha, o que levou os moinhos a reduzirem sua atividade. O trigo tipo 1 é ofertado a R$ 1.500,00, mas os compradores resistem, oferecendo até R$ 1.450,00.

Para a nova safra, as indicações apontam para preços em torno de R$ 1.400,00 em outubro. A média semanal de preços ao produtor teve leve alta de 0,06%, atingindo R$ 77,19 por saca. Com um custo de produção estimado em R$ 73,53, conforme o Deral, o lucro médio no estado é de 4,98%.

Preços internacionais também registram queda

No cenário externo, os contratos futuros de trigo também encerraram a quinta-feira em queda. A Bolsa de Chicago (CBOT) foi pressionada por uma combinação de realização de lucros após altas anteriores e pelas boas perspectivas de produtividade nas lavouras de primavera da Dakota do Norte, nos Estados Unidos.

Durante o primeiro dia do tradicional Crop Tour, técnicos apontaram rendimentos acima da média no sul do estado, resultado de chuvas abundantes durante o verão. Ainda assim, os números ficaram abaixo do recorde do ano passado.

Confira o fechamento dos principais contratos:

  • Trigo SRW (Chicago – Setembro): queda de 1,64% (US$ -9,00), cotado a US$ 5,40 1/2 por bushel
  • Trigo SRW (Chicago – Dezembro): baixa de 1,45% (US$ -8,25), a US$ 5,61 1/4 por bushel
  • Trigo HRW (Kansas – Setembro): recuo de 1,83% (US$ -9,75), a US$ 5,23 1/2 por bushel
  • Trigo HRS (Minneapolis – Setembro): queda de 0,63% (US$ -3,75), a US$ 5,88 por bushel
  • Trigo para moagem (Euronext Paris – Setembro): baixa de 1,60% (€ -3,25), a € 199,50 por tonelada

Fonte: Portal do Agronegócio

Fonte: Portal do Agronegócio