Hoje (14), Dia Nacional da Paternidade Responsável (Lei nº 14.623/2023), o Ministério da Saúde realizou o webinário “Homens negros: desafios estruturais para o exercício da paternidade”. O evento aconteceu no Ministério da Saúde, com transmissão ao vivo pelo canal do DataSUS no YouTube.
A iniciativa busca ampliar o debate sobre o envolvimento dos homens no cuidado e na criação dos filhos, com atenção especial à realidade das paternidades negras. A proposta também dialoga com a Estratégia Primeira Infância Antirracista (PIA), que tem como foco garantir, de forma equitativa, o pleno desenvolvimento das crianças negras, considerando a interseccionalidade entre saúde, educação e proteção social.
Desafios e oportunidades
Dados do Primeiro Relatório sobre as Paternidades Negras no Brasil (2021) mostram que o exercício da paternidade por homens negros é profundamente impactado pelo racismo estrutural, refletindo-se em desigualdade econômica, violência e encarceramento. Apesar das adversidades, a pesquisa revela que muitos pais negros constroem vínculos afetivos sólidos com seus filhos, tornando a paternidade um ato de resistência.
Outro dado relevante aponta que 80% dos homens participam das consultas de pré-natal, mas, em mais da metade dos casos (56%), o atendimento é voltado exclusivamente à gestante, deixando de contemplar necessidades e possibilidades de cuidado do parceiro. Esse cenário reforça a importância de estratégias como o Pré-natal do Parceiro, que busca aproximar os homens dos serviços de saúde e estimular práticas de cuidado integral.
Primeira infância como prioridade
A Estratégia Primeira Infância Antirracista enfatiza que os primeiros seis anos de vida representam uma janela crucial para o desenvolvimento físico, emocional e social das crianças. O racismo estrutural, quando presente desde cedo, prejudica não apenas a saúde, mas também o vínculo entre pais e filhos. Para o Ministério da Saúde, enfrentar o racismo é um compromisso coletivo, que exige ações concretas em todas as áreas.
Objetivos do encontro
• Discutir estratégias para incentivar o exercício da paternidade, especialmente das paternidades negras, no contexto da Atenção Primária à Saúde;
• Disseminar iniciativas como a Estratégia Primeira Infância Antirracista e o Pré-natal do Parceiro;
• Fortalecer práticas parentais positivas e ambientes seguros para crianças;
• Promover o debate sobre o enfrentamento do racismo estrutural e a construção de políticas públicas mais justas e inclusivas.
Assista à transmissão na íntegra
Fonte: Ministério da Saúde