O avanço do petróleo e do minério de ferro, além de um leilão de linha pelo BC, também ajudam.
Apesar da falta de um acordo comercial entre Estados Unidos e Brasil, o mercado de câmbio passa por um movimento de ajuste nesta terça-feira, 29, com o real tendo a segunda melhor performance entre as principais divisas emergentes e de exportadores de commodities. O fator primordial é o carry trade, com a Selic a 15% ao ano, em comparação aos Fed funds entre 4,25% e 4,5%, ainda atrativo. O avanço do petróleo e do minério de ferro, além de um leilão de linha pelo BC, também ajudam.
Na sessão desta terça-feira, o dólar à vista variou entre R$ 5,6043 e R$ 5,5600, fechando em queda de 0,36%, a R$ 5,5695, contrariando a valorização do índice DXY.
“Somos beneficiados pelo carry trade, carregamento bastante favorável ainda. O Brasil continua tendo a quarta melhor performance de retorno (calculado pelos juros mais a valorização da moeda) nesse sentido, perdendo apenas para Rússia, Turquia e Argentina”, afirma o superintendente da mesa de derivativos do BS2, Ricardo Chiumento. Ele acrescenta que os três países em questão, contudo, não competem de fato com o Brasil na preferência sobre o carry trade, pois o País é considerado mais seguro, em termos regulatórios.
O economista-chefe para Brasil do Barclays, Roberto Secemski, disse que a moeda brasileira é unanimidade entre o investidor estrangeiro e o local por conta do carry trade, por mais que a política tarifária de Trump tenha dado uma “bagunçada” no cenário.
O Broadcast Agro (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado) apurou que o governo brasileiro avalia pedir aos Estados Unidos a exclusão de alimentos do tarifaço de 50% sobre produtos importados nacionais. Por ora, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, descartou a possibilidade de o Brasil retaliar os Estados Unidos com tarifas próprias, o que é positivo do ponto de vista econômico.
Isso porque uma eventual retaliação recíproca do governo Lula causaria uma perda de 0,17 ponto porcentual (pp) no Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil, calcula o Inter.
O gerente da Treviso Corretora, Reginaldo Galhardo, observa que o mercado não está precificando a “catástrofe” de tarifa de 50% dos EUA ao Brasil, que deve ser implementada nesta sexta-feira, 1º de agosto, hoje e prefere focar nas expectativas para a “super quarta” com decisões do Copom e do Fed, que devem manter os juros no mesmo nível.
Fonte: Midiamax