Mundo não pode “trabalhar no vazio” diante das consequências da mudança do clima, diz Marina Silva sobre Balanço Ético Global

Entrevista coletiva ocorreu remotamente - Foto: Rogerio Cassimiro/MMA

A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, conversou com jornalistas sobre o Diálogo da América do Sul, Central e Caribe do Balanço Ético Global (BEG) nesta quinta-feira (14/8). Um dos quatro pilares de mobilização da COP30, a Conferência do Clima da ONU de Belém (PA), o BEG busca discutir o imperativo ético de se enfrentar a mudança do clima. 

A entrevista coletiva, realizada remotamente, também teve a presença da ex-presidente do Chile e co-líder da iniciativa para América do Sul, Central e Caribe, Michelle Bachelet, e da CEO da COP30, Ana Toni. Elas explicaram como o BEG se conecta com as negociações formais que reunirão quase 200 países em novembro.

“O mundo não pode mais trabalhar apenas no vazio, porque as consequências da mudança do clima são muito concretas na vida das pessoas e, sobretudo, na vida dos mais vulneráveis”, declarou Marina Silva. 

Segundo a ministra, o BEG é uma ferramenta essencial para que a sociedade possa “trazer suas contribuições de como implementar para os resultados necessários, já no contexto de uma crise climática sem precedentes, com prejuízo para a vida, para os processos produtivos e para a preservação dos ecossistemas”. 

Liderado pelo presidente Luíz Inácio Lula da Silva e pelo secretário-geral da ONU, António Guterres, o BEG ocorre a partir de Diálogos Regionais a serem realizados até outubro em diferentes continentes – o primeiro, representando a Europa, aconteceu em Londres no mês de junho – e de Diálogos Autogestionados, promovidos por organizações da sociedade civil e governos nacionais e subnacionais seguindo a mesma metodologia e princípios do processo central (saiba mais aqui).

O segundo diálogo do BEG ocorre em Bogotá, na Colômbia, em 21 de agosto, e será conduzido por Michelle Bachelet. O encontro reunirá representantes de diversos grupos sociais da América do Sul, Central e do Caribe. Os participantes refletirão a diversidade de identidades, geografias, setores e visões de mundo.

“Será um espaço intergeneracional, multissetorial, onde ouviremos líderes comunitários, jovens, cientistas, líderes religiosos, artistas, empresários e ativistas”, reforçou Michelle Bachelet. “A decisão climática deve ser justa, inclusiva e respeitosa das realidades locais. Um lugar onde nossas diferenças se convertam em força e em que nossas coincidências entrem em ação”, complementou. 

“O BEG é a bússola que vai nos ajudar, principalmente, trazendo os princípios éticos que vão guiar a implementação de uma COP cujo objetivo é acelerar a implementação”, destacou Ana Toni. 

Em cada região, um co-líder ajudará a promover e articular os princípios, objetivos e operacionalização do BEG. Mary Robinson realizou esse papel para Europa. Além de Bachelet, os demais são Wanjira Mathai (África), Kailash Satyarthi (Ásia), Anote Tong (Oceania) e Karenna Gore (América do Norte).

O processo vai resultar em seis relatórios regionais e um relatório-síntese, que na Pré-COP, em outubro, será submetido à Presidência da COP30 para consideração na formulação das decisões e envio a chefes de Estado e negociadores climáticos.

Inspirado no processo do primeiro Balanço Global do Acordo de Paris, que avaliou, em 2023, os avanços e desafios para a implementação do tratado climático, o Balanço Ético Global busca complementar as avaliações técnicas com reflexões sobre as implicações éticas relacionadas às negociações climáticas. 

Servem de base para o processo as evidências científicas mais sólidas e recentes produzidas pela academia e pelos povos indígenas e comunidades tradicionais, bem como as necessidades das populações de cada país na construção de novos paradigmas de desenvolvimento, alinhados à meta do Acordo de Paris de limitar o aquecimento médio do planeta a 1,5ºC em relação aos níveis pré-industriais.

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Fonte: Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima