Senador defende apelo público aos EUA em meio à crise tarifária; empresários e senadores pressionam por diplomacia.
O presidente nacional do Progressistas, senador Ciro Nogueira, usou as redes sociais para cobrar uma postura mais pragmática do presidente Luiz Inácio Lula da Silva diante da imposição tarifária dos Estados Unidos contra produtos brasileiros.
Segundo ele, é momento de superar diferenças e buscar o diálogo direto com o governo norte-americano.
“Presidente Lula, o senhor disse que acabaria até com guerra dialogando. Não é hora de vaidade. Por que não faz um apelo público ao presidente Trump e abre o diálogo para rever as tarifas? É seu dever proteger e lutar pelo Brasil e os brasileiros”, escreveu Ciro.
O comentário foi feito após a oficialização da queixa do Brasil contra os Estados Unidos na OMC (Organização Mundial do Comércio). A medida havia sido anunciada por Lula no último dia 10, durante entrevista ao Jornal da Record, e foi formalizada nesta semana.
O governo brasileiro acusa Washington de usar retaliações comerciais para interferir na política interna de outros países, violando princípios do comércio internacional.
Empresários e líderes do setor produtivo veem a iniciativa com preocupação. O temor é de que o confronto com os Estados Unidos agrave o isolamento do Brasil em negociações bilaterais.
Representantes do setor defendem a substituição do tom beligerante por uma estratégia diplomática mais aberta, que evite danos à economia.
Acordos firmados pelos EUA
Nos últimos dias, a Casa Branca firmou acordos comerciais com Japão, Indonésia e Filipinas, impondo tarifas médias de 19% em troca de concessões desses países. Enquanto isso, o Brasil não obteve retorno a seus contatos formais e segue sem perspectivas claras de negociação com o governo Trump.
Para tentar reverter o cenário, senadores brasileiros devem viajar a Washington nos próximos dias. A comitiva pretende estabelecer um canal político direto com autoridades americanas e defender os interesses do setor exportador nacional.




Carta de Trump e OMC
De acordo com a carta enviada por Trump a Lula, a tarifa de 50% sobre os produtos brasileiros é uma reação a medidas adotadas no Brasil, consideradas pela Casa Branca como restritivas à liberdade de expressão e prejudiciais a empresas americanas.
O documento menciona ainda o tratamento dado ao ex-presidente Jair Bolsonaro.
A OMC, responsável por arbitrar disputas comerciais entre países, tem sofrido resistências por parte dos Estados Unidos, que se recusam a cumprir decisões do órgão desde o primeiro mandato de Trump.
Neste contexto, a aposta brasileira no multilateralismo enfrenta obstáculos adicionais, enquanto crescem os apelos por um entendimento político que reduza os impactos sobre a economia nacional.
Fonte: R7