No mês da Consciência Negra, crianças aprendem sobre tradições africanas

(Foto: Lidiane Alonso/Arquivo Pessoal)

Crianças aprendem sobre tradições africanas, uma delas a boneca Abayomi

Em um mundo onde desigualdade social e casos de racismo são recorrentes, o Mês da Consciência Negra é de extrema importância, levando discussões, ações preventivas e ensinamentos que podem perdurar por toda a vida. Na Escola Municipal Alcebíades Alves de Albres, em Anastácio, crianças aprendem sobre tradições africanas, uma delas a boneca Abayomi, a qual confeccionaram e agora estarão expostas a partir do dia 18 de novembro.

A artista Lidiane Barbosa dos Santos Alonso, de 35 anos, mãe de uma aluna da escola, aceitou o convite para desenvolver uma atividade com as crianças do terceiro ano. Foi quando optou pela boneca Abayomi.

“As crianças trabalharam, além da parte histórica, o aproveitamento de materiais, como camisetas e tecidos doados por uma costureira. E nesse momento também trabalhamos habilidades manuais e coordenação motora fina, além do ato de recortar, amarrar, a criatividade, a imaginação, a parte de concentração, ação e paciência, de não desistir na hora que não consegue, na primeira vez”, afirmou a artista.

‘Estão construindo algo com as próprias mãos’, diz professora

Lidiane comenta que o “fortalecimento de valores sociais, em relação à semana da consciência negra, o respeito à diversidade, o combate ao preconceito e ao racismo, bem como desenvolvimento da empatia e o fortalecimento da autoestima” também foram trabalhados.

“Eles [alunos] estavam felizes construindo algo com as próprias mãos, porque a arte vai além da parte física, ela envolve o emocional, o desenvolvimento individual de cada criança, bem como o embelezamento do mundo e da própria criança, que se sente mais feliz, realizando algo com as próprias mãos”, argumentou.

A instrutora ressaltou que a ideia partiu da professora Lídia e também da professora Rosilene dos Reis Rocha, de 45 anos, já cohecida pelo projeto do dinheirinho escolar. “Falei com a mãe que tem altas habilidades artísticas e foi tudo muito rápido, mas bem proveitoso. Escolhemos a boneca Abayomi, que é a história de uma lenda popular, a qual conta que essas bonecas foram criadas por mães africanas, em navios negreiros, como amuleto de afeto e resistência. E aí, numa versão mais recente e historicamente comprovada, criada pela artesã Lena Martins, na década de 1980, no Rio de Janeiro, como instrumento de valorização da identidade negra”, ressaltou.

Além das bonecas, máscaras africanas e painéis foram elaborados

Sendo assim, a professora fala que esse foi um momento especial. “Providenciamos os materiais necessários, também foi feito algum pedido aos pais, e aí tivemos uma tarde de oficina confeccionando as bonequinhas. Com o mesmo material nós estamos fazendo as máscaras africanas, painéis voltados para o tema, e uma apresentação cultural com encenação de teatro aos estudantes. As outras turmas também se envolveram, e tudo está sendo preparado para o dia 18, data em que também teremos feijoada e canjica para degustação dos estudantes”, disse.

Lidiane finaliza dizendo estar muito feliz com a oficina e a exposição. “Todos os envolvidos estão muito felizes com o desenvolvimento dos estudantes, os quais demonstraram valorizar a diversidade étnico-racial, além do respeito e contribuição para uma formação antirracista”, finalizou.

Fonte: Midiamax