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terça-feira, 16 de abril, 2024
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Paes critica ‘superferiado’ de Castro: “mensagem é tudo, menos de fique em casa”


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Prefeito voltou a criticar ações do governo estadual
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Prefeito voltou a criticar ações do governo estadual



O prefeito do Rio, Eduardo Paes , voltou a tecer críticas ao governador em exerício do estado, Claudio Castro, por conta de divergências no combate à pandemia. Em entrevista ao programa “Em pauta”, da Globonews, em que tratou das novas medidas restritivas contra a Covid-19 anunciadas nesta segunda-feira para a capital e Niterói, Paes afirmou que, após encontros para buscar um entendimento no tema, Castro tentou deixar os prefeitos “quase em uma sinuca de bico” ao se reunir, no último sábado, com representantes do setor econômico, como bares e restaurantes.

“Conversei com o governador na quarta, iria anunciar minhas decisões na sexta, e Niterói no sábado. O tempo todo buscando o consenso metropolitano, acho que o governador deveria liderar esse processo. Aí, fomos surpreendidos com essa reunião, que não teve nem a participação do Secretário estadual de Saúde, e da qual se saiu afirmando que qualquer medida fora do que sugere o governo do estado nos faria inimigos da economia. Nos coloca numa posição quase de uma sinuca de bico. Mas aqui não vai valer isso. O que vai valer é a ciência. E temos dados muito concretos”, disse Paes.

Durante a participação no programa, o prefeito do Rio explicou uma postagem no Twitter em que chamou de “castrofolia” a intenção do governador do Rio de antecipar feriados. De acordo com Paes, a medida foi uma sugestão feita por ele próprio a Claudio Castro, em uma conversa na última quarta-feira. Para o prefeito, porém, o equívoco estaria em adotar essa estratégia sem incluir o fechamento de setores não essenciais para o mesmo período.

“Não é para abrir o comércio, é para fechar o comércio. Se você faz e mantém tudo aberto, a mensagem para a população é tudo, menos a de que ela tem que se manter em casa e respeitar as restrições. Inclusive, eu não concordo com o termo “superferiado”. A gente está precisando de dias de bloqueio, de distanciamento social… É outra coisa”, afirmou o prefeito, que lamentou a falta de “liderança nacional e estadual” e de “ações conjuntas” contra a pandemia: “na sexta-feira, anunciei o fechamento das praias do Rio. E todos sabem o que a praia representa para o carioca, mas as pessoas respeitaram. É o que acontece quando há comando único”.

Paes alegou ter mantido “a cidade funcionando”, com “praias abertas” e “comércio girando” enquanto “os números estavam bons”. “Não sou alarmista”, garantiu o prefeito, acrescentando que “adoraria estar sob o comando do governador do estado”.

“A gente vinha trabalhando com dados do Comitê Científico desde o início. Começamos a identificar dados de aumento de procura nas unidades básicas de saúde de pessoas com sintomas, e tomamos algumas medidas, todas debatidas com o governador. Na última semana, os números pioraram muito, em fase de risco de colapso. Consultando as autoridades sanitárias, tomamos a decisão e fomos procurar o governador. Disse que as restrições tinham de aumentar e frisei a questão da solidariedade metropolitana”, detalhou Paes, antes de frisar: “(Essa situação) é muito ruim. Você tem vários municípios que fazem fronteira com o Rio e que, se não adotarem medidas mais restritivas, são doentes que virão para os hospitais da cidade”.

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Apesar das discordâncias sobre as medidas de restrição, Paes disse acreditar que Castro não irá acionar a Justiça para solucionar o impasse. Ponderando que “só a dúvida sobre essa questão” já é ruim para a população, por gerar uma mensagem truncada, o prefeito do Rio afirmou que tanto o STF quanto os procuradores do município dão respaldo à decisão tomada na cidade.

“É a prefeitura que regula isso, que dá alvará, que dispõe sobre as regras de utilização de uso do solo… Numa federação como o brasil, em que os entes federados são independentes, acho que isso está muito claro. Mas se alguém demandar judicialmente, e se alguém decidir de modo diferente disso, que arquem com as responsabilidades. No final do dia, somos nós que temos que colocar os leitos funcionando. E quem está atendendo, cuidando dos leitos, está avisando que pessoas vão morrer”, afirmou.

Na mesma entrevista, Paes previu, graças à “vacinação acelerando”, chegar até o fim de abril com toda a população acima de 60 anos do Rio imunizada, além de distribuir as doses para todos com comorbidades até meados de maio. Contudo, enquanto o ritmo de vacinação não é o suficiente para conter a pandemia, o prefeito – que deve anunciar uma ajuda municipal para ambulantes nesta terça – voltou a cobrar ações federais de socorro aos mais vulneráveis: “estados e municípios podem ajudar aqui e acolá, mas não têm a força do governo federal. Até os economistas mais neoliberais, que não acreditam na intervenção do estado, sabem que esse apoio é muito importante”.