Pistas de atletismo em debate: Governo e Câmara discutem acesso e inclusão

As regras para o uso das pistas de atletismo no Brasil e o atletismo como instrumento de inclusão social foram os temas discutidos nesta quarta-feira (2) em audiência pública realizada pela Comissão de Esporte da Câmara dos Deputados. Autoridades da área esportiva, representantes da comunidade do atletismo e o campeão olímpico Joaquim Cruz (que participou virtualmente) destacaram os desafios e a necessidade de democratizar o acesso às pistas já existentes, respeitando a política de cada instituição.

“Tive dificuldades para treinar nas pistas aí no Brasil. Fui barrado na Base e no Ibirapuera. O desafio que enfrentamos no uso dessas pistas é pequeno comparado aos problemas que temos no esporte. Vamos trabalhar pela construção de regras que garantam que essas pistas não sejam destruídas. Desde que comecei, os problemas são os mesmos, só mudaram as pessoas”, declarou Joaquim Cruz, campeão olímpico dos 800 metros em Los Angeles 1984.

A secretária de Excelência Esportiva do Ministério do Esporte, Iziane Marques, apresentou dados sobre os investimentos do governo federal na área. “Foram mais de R$ 250 milhões aplicados em construções, reformas e implantação de pistas de atletismo desde 2012. As duas pistas da Universidade de Brasília (UnB) foram reformadas com investimentos de R$ 4 milhões do Ministério do Esporte. Todas essas estruturas deveriam estar aptas ao uso da comunidade esportiva, tanto profissional quanto amadora”, afirmou a secretária. Ela também apresentou o programa Revelar Talento, da pasta, que conta com núcleos voltados ao atletismo.

Fotos: Mariana Raphael/MEsp
Fotos: Mariana Raphael/MEsp

O presidente da Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt), Wlamir Leandro Motta, defendeu a adoção de normas legais para garantir o uso adequado e seguro das pistas. “O atletismo é o esporte mais democrático e com maior número de medalhas, mas o que realmente importa é o seu potencial de inclusão e transformação social. Para isso, é fundamental padronizar as pistas nas universidades. Elas foram construídas, mas muitas ainda carecem dos equipamentos necessários para sediar competições”, ressaltou.

Yohanssan Ferreira, vice-presidente do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), destacou a precariedade da infraestrutura atual. “É lamentável termos hoje apenas pistas de nível 1 em apenas 20 unidades da federação. Não temos um local realmente adequado para sediar grandes competições. Não estamos discutindo apenas pistas, mas oportunidades para as pessoas que vivem do atletismo. Vamos olhar com carinho para essa modalidade tão rica”, declarou.

Ao encerrar a audiência, o deputado Douglas Viegas, autor do requerimento, fez um apelo. “A PEC do Esporte vai ser aprovada. É uma missão, um compromisso com a nação brasileira, com nossos antepassados e com todos que dedicaram suas vidas ao esporte. Peço que vocês se mobilizem. Eu defendo que 3% dos recursos públicos sejam destinados ao esporte. Estamos falando de jovens, de crianças. Precisamos do apoio de todos”, afirmou.

Também participaram do debate o deputado Lindbergh Farias, secretário-executivo da Comissão de Esporte; o professor da Universidade de Brasília (UnB), Martin Bottaro; o auditor-adjunto do Tribunal de Contas da União, Paulo Malheiros; e o presidente da Comissão de Atletas da CBAt, Cleiton Cezário.

Assessoria de Comunicação – Ministério do Esporte

Fonte: Ministério do Esporte