Ponta Porã: Mãe e filho adolescente se reencontram após 11 anos separados

Mãe e filho se reencontraram 11 anos depois de terem sido separados. (Foto: Divulgação, TJMS)

Nesta semana, uma mãe e o filho adolescente — que ficaram separados por 11 anos — puderam se reencontrar em Ponta Porã, MS. A história, marcada por sofrimento, abusos e maus-tratos, teve enfim um final feliz.

Elizete e o filho, Enzo, de 13 anos, foram separados pelo pai da criança, quando o menino tinha apenas 2 anos. Em janeiro deste ano, o homem deixou o filho em um abrigo.

“Ele chegou falando o que tinha acontecido com ele, que tinha uma mãe e que a gente precisa encontrar a mãe dele porque a mãe amava ele e ele queria voltar com ela”, relata Tânia Jacques da Cruz, coordenadora do Abrigo São Félix.

Após conhecerem toda a história de Enzo, a coordenadora do abrigo e a psicóloga Thais Nantes Zacarias não mediram esforços para encontrar a mãe do menino, que já não tinha informações sobre o paradeiro do filho.

Família vive em outro estado

Elizete foi localizada em abril deste ano. Atualmente, ela mora em outro estado com o marido e outros três filhos. Após localizar a mãe de Enzo, a equipe seguiu os trâmites judiciais para que ela conseguisse a recuperação da guarda.

“Começamos a busca, encontramos uma parente dela e conseguimos chegar até ela. Quando recebeu a notícia, ela não acreditou, ficou em choque; mas, depois disso, foi uma grande emoção para todo mundo”, conta a psicóloga.

Em seguida, a Justiça autorizou o contato virtual para que mãe e filho pudessem se reaproximar. “É muito reconfortante conduzir um processo e acompanhar um desfecho como esse, em que há um reencontro entre mãe e filho, porque faz com que a gente continue acreditando na Justiça”, observa a juíza da 1ª Vara Criminal da Comarca de Ponta Porã, Thielly Dias Pitthan.

Guarda provisória

Atendendo à determinação judicial, também foi feito um estudo psicossocial, com relatórios favoráveis à reintegração do jovem à mãe. Desta forma, o Ministério Público requereu a concessão da guarda provisória.

Samia Mahmoud, assistente social do Fórum de Ponta Porã, também participou de todo o processo e não escondeu a emoção de acompanhar o reencontro realizado nesta semana.

“É um sonho realizado para todos, vidas transformadas, e nós, enquanto Poder Judiciário, estamos aqui para isso: escutar, acolher, orientar quem precisa e transformar vidas”.

Elizete também comentou a emoção ao reencontrar o filho. “Esperei tanto por esse momento, o coração estava batendo muito forte. Quando o vi, foi a hora que apertou. Não tenho palavras para dizer o que estou sentindo”, disse, com a voz embargada.

Midiamax