O nome vem do formato que lembra um cocho, recipiente usado para alimentar animais.
O documento, lançado pelo Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), define ações para proteger e valorizar o modo de fazer o instrumento artesanal, que é Patrimônio Cultural do Brasil desde 2005.
Produzida artesanalmente a partir de um único tronco de madeira, a viola de cocho é o coração das rodas de cururu e siriri, cantos e danças tradicionais que reúnem comunidades em devoção e celebração.
O nome vem do formato que lembra um cocho, recipiente usado para alimentar animais. A confecção é feita com espécies típicas do Pantanal, como sarã-de-leite, ximbuva, cedro e, mais recentemente, seriguela, usada por mestres que adaptaram o ofício às normas ambientais.

O plano, lançado em parceria com a UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul), define estratégias para garantir a continuidade da tradição, como formação de novos artesãos, valorização dos mestres, educação patrimonial e manejo sustentável das madeiras usadas na produção do instrumento.
O documento foi construído de forma coletiva, com a participação de cururueiros e siririeiros de Corumbá, Ladário e assentamentos da região. Segundo o Iphan, foram mapeados 26 praticantes do cururu e siriri, sendo que boa parte tem entre 50 e 90 anos de idade, o que acende o alerta para a necessidade de transmissão intergeracional dos saberes.
Entre as ações propostas estão oficinas de fabricação e execução da viola, inserção dos temas em escolas e apoio à realização de festividades tradicionais como o Banho de São João, onde o instrumento e as rodas de cururu têm presença histórica.
O plano também recomenda pesquisas sobre a contribuição indígena Guató, apontada em registros históricos como parte das origens do instrumento.
Com validade de dez anos, o Plano de Salvaguarda estabelece quatro eixos de atuação: mobilização social, gestão participativa, difusão e valorização, além de produção e reprodução cultural.
A meta é criar condições para que a viola de cocho continue soando como símbolo vivo do Pantanal, conectando passado e futuro nas mãos de seus mestres e aprendizes.
Fonte: Campograndenews


