A agricultura regenerativa tem se fortalecido no Brasil como uma estratégia que alia produtividade e sustentabilidade. Baseada na recuperação do solo, aumento da biodiversidade, captura de carbono e uso eficiente da água, essa abordagem vem transformando ecossistemas agrícolas sem comprometer a viabilidade econômica das propriedades.
Manejo do solo como pilar da sustentabilidade
O equilíbrio entre os componentes físicos, químicos e biológicos do solo tem se tornado essencial para produtores que buscam aumentar a eficiência produtiva e reduzir custos com insumos. Essa prática também contribui para a construção de sistemas agrícolas mais resilientes às mudanças climáticas, pragas e doenças, promovendo ainda alimentos com maior densidade nutricional.
Debate técnico e científico ganha espaço
A importância do solo como base de uma agricultura mais sustentável tem mobilizado governos, produtores e o setor privado. O tema foi amplamente discutido durante o The Soil Summit 2025, evento que reuniu especialistas em pesquisa e práticas agrícolas regenerativas. O encontro abordou temas como diagnóstico agronômico, novas análises biológicas do solo, uso da compostagem, certificações e experiências práticas no Brasil e no exterior.
Superando o modelo tradicional de fertilidade
Para especialistas como Daniel Mol, consultor em compostagem e bioinsumos, é necessário abandonar a visão limitada da fertilidade baseada exclusivamente nos macronutrientes NPK (nitrogênio, fósforo e potássio). “A verdadeira regeneração depende do resgate das funções biológicas do solo, do estímulo à vida microbiana e da reconstrução da estrutura física e química degradadas ao longo de décadas”, afirma.
Biologia do solo ganha destaque
O engenheiro agrônomo Plínio Augusto reforça que a biologia do solo está se tornando cada vez mais central no manejo agrícola. “Se trabalharmos a biologia do solo da maneira correta, o resultado é exponencial. Já quando eliminamos os microrganismos, prejudicamos sua saúde. O mundo está voltando sua atenção para isso”, destaca.
Tecnologia e dados como ferramentas-chave
Carlos Eduardo Almeida, engenheiro agrônomo e cofundador da The Soil Company — agtech sediada em Londrina — destaca a importância da tecnologia e da coleta de dados na gestão do solo. “Assim como na climatologia, quanto maior a base de dados sobre o solo, mais precisas são as recomendações. O uso de métricas cruzadas permite diagnósticos mais regionais e eficientes”, explica.
Nova fase da agricultura regenerativa: métricas e certificações
Segundo Conrado Fioretto, engenheiro agrônomo e também cofundador da The Soil Company, o setor entra agora em uma nova etapa: a definição de critérios claros sobre o que caracteriza a agricultura regenerativa. “Estamos avançando para estabelecer métricas, mensurar efeitos e tornar o sistema auditável, sempre com o solo vivo como base. Grandes empresas de alimentos já adotam metas de produção regenerativa, e o Brasil está no centro desse movimento. O mundo acordou para a importância da saúde do solo”, conclui.
Fonte: Portal do Agronegócio
Fonte: Portal do Agronegócio