Variante XFG da covid-19 está circulando em MS e requer cuidados

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Apesar de não ser classificada como de alto risco global, a variante tem alto poder de transmissibilidade.

Uma nova variante da covid-19, a XFG, está circulando em Mato Grosso do Sul. A cepa, identificada como XFG, começou a ser identificada no Brasil em julho deste ano. Apesar de não ser classificada como de alto risco global, a variante tem alto poder de transmissibilidade.

Se trata de uma combinação de duas subvariantes do vírus Ômicron e, por isso, recebeu o apelido de ‘Frankenstein’. A boa notícia é que as vacinas que estão em uso atualmente continuam sendo eficazes contra casos sintomáticos e graves da doença. Portanto, a imunização ainda é a principal forma de proteção.

Sintomas causados pela variante

De acordo com o Centro Médico da Universidade de Nebraska, nos Estados Unidos, a rouquidão é o principal sintoma da XFG.

A variante costuma deixar a garganta seca e irritada, afetando a voz dos pacientes logo nos primeiros dias da infecção.

Além disso, a cepa provoca sintomas semelhantes aos da primeira onda da pandemia, como falta de ar, perda de olfato e paladar, e redução do apetite. 

XFG tem rápida disseminação

Outro ponto de atenção é a capacidade da XFG de escapar da imunidade adquirida em infecções anteriores, aumentando o risco de reinfecção, conforme o médico infectologista da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), Júlio Croda.

Apesar da rápida disseminação, o infectologista tranquiliza: não há evidências de que a XFG cause formas mais graves da doença ou aumento da mortalidade.

“As vacinas atuais continuam eficazes contra essa variante. No entanto, devido às mutações, ela apresenta certo escape da resposta imunológica, o que facilita sua transmissão. Isso ocorre porque boa parte da população tem uma resposta imune deficitária frente a essa nova cepa. Ainda assim, não há qualquer associação com maior gravidade”, afirma Croda.

Ainda em julho deste ano Mato Grosso do Sul ainda não tinha registro de casos da variante XFG, segundo a SES (Secretaria de Estado de Saúde).

Presença da cepa em MS

No entanto, em setembro a variante foi encontrada em circulação no estado. “A SES informa que foi identificada a variante Ômicron XFG em circulação no estado desde o dia 11/09/2025”, disse a secretaria, em nota.

A identificação foi feita por meio de sequenciamento genômico de amostras aleatórias de algumas cidades. Assim, a cepa foi encontrada nas cidades de Corumbá, Dourados e Campo Grande.

“Até o presente, já são 63 amostras com o Resultado sequenciamento para a Ômicron XFG em Mato Grosso do Sul”, informou ainda a secretaria.

Ainda no comunicado, a pasta reforçou a importância da imunização. “Sua circulação pode estar relacionada a um aumento no número de casos, sendo importante a manutenção de medidas de prevenção”, finalizou a nota.

Covid deixou quase 3 mil órfãos em MS

Estudo divulgado em outubro de 2025, produzido por pesquisadores brasileiros, estadunidenses e ingleses, mostrou que Mato Grosso do Sul perdeu 11.355 vidas para a pandemia de covid-19.

Porém, os órfãos são uma marca silenciosa desta crise sanitária que assolou o mundo. No Estado, 2.930 crianças e adolescentes perderam um ou os dois pais para a doença entre 2020 e 2021. No Brasil, 149 mil perderam pai, mãe ou os dois.

O estudo ainda mostra que, no total, 10.300 pessoas, entre 0 e 17 anos, ficaram órfãs neste período em MS, e 28,5% das mortes de pais e mães foram causadas por covid-19.

Além disso, 8.920 avós e outros cuidadores morreram, deixando um vazio em famílias sul-mato-grossenses de 2020 a 2021, sendo 2.070 (23,2%) deles por covid-19.

No total, 5 mil crianças e adolescentes de Mato Grosso do Sul vivem a dor de ter perdido seu cuidador para covid-19 – considerando pais, mães, avós e outras pessoas que desempenham este papel.

Vacinação de bebês em baixa

Com diversas cepas circulando no estado e a transmissão ocorrendo livremente, bebês e crianças estão fazem parte do grupo população que mais corre risco.

Dados do Ministério da Saúde mostram que há baixa cobertura vacinal em bebês menores de 1 ano em Mato Grosso do Sul. Entre janeiro e agosto de 2024, apenas 3,12% das crianças dessa faixa etária se vacinaram contra covid.

O monitoramento da Rede Nacional de Dados em Saúde indica que os 79 municípios estão abaixo da cobertura vacinal preconizada pelo Ministério da Saúde, que é de 95%.

Fonte: Midiamax