24.1 C
Ponta Porã
domingo, 28 de abril, 2024
InícioRegiãoCampo GrandeVendedora reclama de médico que negou covid-19 em UPA da Capital

Vendedora reclama de médico que negou covid-19 em UPA da Capital

Mesmo com resultado positivo em mãos, paciente ouviu que ela “não pegou” a doença

Com resultado de exame de farmácia positivo para covid-19, a vendedora Jeane Albuquerque Pereira, 28, foi até a UPA (Unidade de Pronto Atendimento) Coronel Antonino, em Campo Grande, para se consultar com um médico na noite da última sexta-feira (9).

Ela já havia contraído o coronavírus quando havia pandemia da doença, em 2020, mas a experiência mais recente a surpreendeu. O médico que a atendeu não usava máscara e pediu que ela tirasse a que estava usando, assim que sentou numa cadeira. Na primeira conversa, ele disse “não pegou, não pegou” sobre a covid-19, segundo a mulher.

“Ele nem tocou o meu exame. Eu já achei estranho porque eu mostrei durante a triagem, e ele teve acesso à minha ficha, mas não estava de máscara”, relata. Jeane afirma que apresentava sintomas característicos da doença ao procurar a unidade.

Vendedora reclama de médico que negou covid-19 em UPA da Capital

No atestado dado à vendedora, o médico apontou como diagnóstico faringite aguda, e não covid-19. Ela questionou. “Perguntei assim: para o senhor, não tem covid-19, então? E ele respondeu: não tem, não tem”, disse.

Mesmo vacinada e sabendo que a doença está sob controle, Jeane insistiu no diagnóstico. “Trabalho numa loja de tecidos que muitas mulheres idosas frequentam, e trabalho com pessoas mais velhas também. Dois funcionários pegaram covid-19 na semana passada. Então tive essa precaução de fazer o teste e ir até a UPA”, justifica.

Nova consulta – A paciente conta que reclamou com funcionários da unidade. “Mas falaram que ele é assim mesmo”, conta. Ela ficou na unidade mesmo assim, e pediu para passar por uma nova consulta.

Vendedora reclama de médico que negou covid-19 em UPA da Capital
Além do diagnóstico, médica receitou tratamento com medicamentos (Foto: arquivo pessoal)

A outra médica estava paramentada quando a jovem entrou. “Como tem que ser. Daí eu contei o que aconteceu e ela me pediu desculpas pelo colega que tem”, afirma Jeane. Dessa vez, o atestado apontou covid-19.

Conduta do profissional – A reportagem questionou a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde), responsável pelas unidades de saúde da Capital, qual o protocolo adotado nos casos como o de Jeane, que levou o resultado do exame feito num estabelecimento particular.

Por meio da assessoria de imprensa, a pasta respondeu que o teste de farmácia é aceito na rede pública e que, se o paciente estiver dentro da janela imunológica e for necessário, outro teste é feito na unidade procurada. Disse ainda que “monitora os agravos de covid-19 a fim de instituir fluxos e protocolos de atendimento conforme notas técnicas dos órgãos da Vigilância Sanitária do Estado e Município”.

Sobre a conduta adotada pelo médico que atendeu a vendedora, a Sesau afirmou que “os detalhes do atendimento à paciente serão apurados e, em caso de infração da ética médica, poderá ser aberto processo administrativo com o intuito de alinhar a conduta do servidor”.

Fonte: Campograndenews