Vivi Cake celebra cura do câncer em viagem: ‘A gente lembra de viver’

Instagram/@vivicake.real A influencer descobriu um câncer maligno no útero em estágio inicial em 2022

A influencer descobriu um câncer maligno no útero em estágio inicial em 2022
Instagram/@vivicake.real

A influencer descobriu um câncer maligno no útero em estágio inicial em 2022

O horizonte da savana da África do Sul foi um ponto de renascimento para a influenciadora digital e apresentadora Vivi Cake. Aos 35 anos, ela soma mais de 15 milhões de seguidores nas redes sociais e tem um quadro no programa da Eliana (SBT), o “É Doce ou Não é Doce”. Seus conteúdos são voltados para a criação de bolos realistas com pasta americana.

Natural de Ubiratã, no Paraná , a influencer é psicóloga de formação, mas acabou na confeitaria como uma forma de conseguir uma renda extra. Há 10 anos, Vivi começou despretensiosamente a fazer bolos de pote. O sabor irresistível fez os clientes começarem a pedir por bolos maiores para festa. Para conseguir agregar um valor a mais nos seus produtos, a influencer investiu no que viria ser o seu diferencial: a pasta americana.

“Pesquisei na internet — porque eu não tinha dinheiro para fazer curso profissional — e caí nesse mundo de bolo artístico com pasta americana. Comprei um pedaço de pasta americana e comecei a tentar fazer. Dentro de uns três meses que eu estava fazendo bolo, já comecei a fazer a decoração com pasta americana. As pessoas gostaram muito, então decidi me especializar somente em bolos artísticos com a pasta”, afirma a influencer em entrevista exclusiva ao iG Turismo .

Após sete anos atuando como confeiteira, ela decidiu publicar vídeos na internet das encomendas que fazia. O sucesso foi tamanho que rapidamente Vivi parou de aceitar encomendas e deu um giro em sua vida, tornando-se criadora de conteúdo.

“Quando comecei a postar os vídeos na internet, esperava alcançar o público da confeitaria. Eu queria me tornar mais conhecida entre esse público, porque sabia que fazia bolos muito bem. Porém, quando eu postei o primeiro vídeo, os jovens começaram a gostar muito e abraçaram o meu conteúdo. As pessoas receberam de uma forma que eu nunca esperava e eu acabei ganhando o mundo com isso”, afirma a apresentadora, que destaca seu alcance em outros países que não falam português.

Ponto de virada

Vivi Cake possui um quadro no programa da Eliana
Instagram/@vivicake.real

Vivi Cake possui um quadro no programa da Eliana

No final de 2022, entretanto, a vida de Vivi deu uma virada. A influenciadora havia acabado de alcançar o patamar da TV aberta com os seus bolos, mas foi atingida com a notícia que estava com um câncer no útero . “Quando descobri, eu não sabia qual era o nível desse tumor e se poderia ter tido alguma metástase”.

A descoberta do tumor maligno ocorreu durante um exame preventivo. A apresentadora já havia feito uma cirurgia devido a uma lesão no útero há alguns anos, e sabia que precisaria fazer novamente. Segundo ela, após a remoção da lesão foi dado o diagnóstico do câncer, no dia 20 de dezembro.

“Foi um baque. Quando você recebe um diagnóstico desses, você tem medo da sua finitude. Eu estava em um momento muito lindo da minha vida: tinha começado a gravar vídeos em 2021, tinha ganhado um quadro na televisão, conseguido 1 milhão de seguidores em todas as redes, então eu estava no ápice da minha vida. Eu só pensei: ‘Deus, por favor, agora não é minha hora. Definitivamente, eu não quero partir agora!’”

Em um primeiro momento, a influencer se resguardou, porque não tinha certeza sobre o que estava acontecendo com o seu corpo. Ela afirma que foi uma estratégia para não alarmar seus seguidores e para que a preocupação dos outros não a consumisse. Entretanto, no dia 10 de janeiro, no dia em que recebeu os exames e viu que estava em uma condição boa, ela veio a público falar do seu estado de saúde.

A reação foi como um abraço virtual, com os seguidores trazendo os seus relatos sobre as experiências que tiveram.

“Nem imaginei que eu pudesse ajudar pessoas. Dentro do meu vídeo, recebi muitos relatos de pessoas que estavam passando pelo mesmo processo e que estavam se sentindo fortalecidas. Pessoas que estavam de luto porque tinham acabado de perder algum ente querido. Pessoas que estavam com medo porque tinham descoberto alguma lesão e não queriam ir ao médico para investigar”, diz a influencer que espera ter conseguido salvar algumas vidas nesse processo.

“O que eu mais senti falta foram de histórias felizes pós-diagnóstico de câncer”

O câncer de Vivi foi descoberto em um estágio inicial, sendo combatido com uma cirurgia. Após os exames mostrarem que ela estava bem, a influencer queria ser uma inspiração, subvertendo a narrativa de que essa história não poderia ter um final feliz.

“O que eu mais senti falta foram de histórias felizes pós-diagnóstico de câncer. Estamos acostumados a assistir filmes muito apelativos, no qual a pessoa que está com câncer sempre morre no final. Eu sentia uma falta disso. Eu queria muito me recuperar para as pessoas que descobrem um câncer saberem que existe chance de cura para elas.”

Para comemorar a vida após um ano do diagnóstico, o marido da apresentadora sugeriu que eles fizessem uma viagem. O lugar era óbvio para o casal: a África do Sul. Ela explica que sempre amou animais — ressaltando que é mãe de três pets — e a viagem teria o intuito do casal fazer um safári no país africano. E, segundo ela, a viagem “foi algo indescritível”.

“É tão lindo. Você fica sem nenhuma proteção entre você e o leão. Mesmo dentro do carro, ele é aberto e você consegue sentir isso. Vocês estão muito próximos um do outro, sem nenhuma proteção. Isso é viver a natureza de uma forma que a gente nunca imagina viver”, conta a apresentadora.


A influencer visitou a capital Joanesburgo e fez safáris no Madikwe Game Reserve. O hotel era localizado dentro do parque do safári , sendo uma experiência instantânea de imersão no mundo animal, com a possibilidade de ver a fauna local logo no momento em que estão a caminho da hospedagem.

Vivi Cake em viagem à África do Sul (Arquivo Pessoal)
Vivi Cake em viagem à África do Sul (Arquivo Pessoal)
Vivi Cake em viagem à África do Sul (Arquivo Pessoal)
Vivi Cake em viagem à África do Sul (Arquivo Pessoal)
Vivi Cake em viagem à África do Sul (Arquivo Pessoal)
Vivi Cake em viagem à África do Sul (Arquivo Pessoal)
Vivi Cake alimentando a girafa Zoe, no fim da viagem (Arquivo Pessoal)
Vivi Cake alimentando a girafa Zoe, no fim da viagem (Arquivo Pessoal)
Vivi Cake em viagem à África do Sul (Arquivo Pessoal)
Vivi Cake em viagem à África do Sul (Arquivo Pessoal)
Vivi Cake em viagem à África do Sul (Arquivo Pessoal)
Vivi Cake em viagem à África do Sul (Arquivo Pessoal)
Vivi Cake em viagem à África do Sul (Arquivo Pessoal)
Vivi Cake em viagem à África do Sul (Arquivo Pessoal)

Vivi afirma que aproveitou cada momento da viagem: “Quando a gente toma uma bronca de Deus, a gente lembra de viver um pouquinho”, brinca. “A gente tinha oportunidade de fazer seis horas de safári por dia, separados no período da manhã, tarde e noite. A gente fez todos os passeios que a gente pôde. Ao todo, nós fizemos 24 horas de safári dentro de uma semana.”

Para ela, a viagem foi marcada por momentos emocionantes. A apresentadora relata que quando viu os elefantes tão de perto, chorou três vezes.

“Você olha e fala: ‘Meu Deus, a natureza está aqui do meu lado e as pessoas têm tanto medo’. [A gente] tenta entender o porquê as pessoas têm medo dos animais, que são tão puros. Sinceramente, a gente deveria ter medo dos seres humanos. Então foi uma viagem linda e emocionante, cheio de significados.”

O momento que mais tocou a digital influencer foi quando pode alimentar uma girafa, o que ela entendeu que se entrelaçava com sua história.

“Eu sempre falei que queria ser mãe mais tardia. Eu não tenho filhos e tenho 35 anos. Eu sempre me preocupei muito com a minha carreira em primeiro lugar. Minha infância foi muito humilde, então eu queria muito, se um dia eu for mãe, poder dar uma boa condição para os meus filhos, de estar perto, estar presente, dar estudo e oportunidades. Por conta do câncer, eu removi o meu útero e um dos meus ovários. E eu sempre pensei em ser mãe de uma menininha que chamasse Zoe.”

Ela continua: “No final do último passeio, a gente foi para um parque que você entrava com o próprio carro para fazer esse safári. Um instrutor começou a chamar uma girafa que se chamava Zoe. Ele começou: ‘Zoe, Zoe, Zoe’, e começou a vir uma girafa enorme. Esse homem então veio em direção ao nosso carro com um pote de ração e deu na minha mão. Eu não pensei duas vezes. Abri a porta do meu carro, sem pensar que se tratava de um animal selvagem ou pudesse me dar uma cabeçada. Eu não pensei. Simplesmente desci e eu comecei a dar aquela ração para Zoe”, narra a influencer.

Para Vivi a experiência foi como um sinal, como uma mensagem de esperança de que tudo ficaria bem. “Uma pessoa que perdeu o útero, foi fazer um passeio para entrar em contato com a sua própria vida, e no momento mais emocionante, envolvia o nome que queria dar à sua filha”. Ela ressalta que ainda tem o sonho de ser mãe e que pensa em adotar um dia, contudo, vai esperar se sentir preparada para isso.

Vivi garante que essa não foi a última viagem que fará. Os próximos lugares serão mais gastronômicos, com o foco na Índia , Grécia e Itália . “É alguma coisa que chama muito a minha atenção em uma viagem, além de eu gostar de comer muito”, brica a influencer.

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Fonte: Turismo