Brasil e Itália anunciaram, na última sexta-feira (13/6), iniciativas que visam frear o avanço do aquecimento global. Os anúncios foram feitos em Bonn, na Alemanha, na primeira Reunião de Pontos Focais dos Signatários do Compromisso Global de Resfriamento, em preparação para a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), a ser realizada em novembro, em Belém (PA).
Em conjunto com o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), o Brasil anunciou o “Mutirão contra o Calor Extremo”, uma ação global para combater as altas temperaturas por meio de soluções de resfriamento sustentável, com apoio técnico à municípios para fazer diagnósticos sobre ilhas de calor, modelagens e apoio ao desenvolvimento de projetos para preparar as cidades e reduzir impactos do calor extremo.
Já a Itália se comprometeu a aportar US$ 2 milhões ao Compromisso Global de Resfriamento, iniciativa lançada na COP28, nos Emirados Árabes Unidos, para fomentar a cooperação entre nações por meio de metas globais integradas, que incluem a redução das emissões relacionadas à refrigeração em 68 % até 2050 e o aumento expressivo do acesso à refrigeração sustentável até 2030, incluindo nova ênfase no design passivo a nas construções sustentáveis para reduzir a demanda por refrigeração.
“Devemos proteger os mais vulneráveis do calor extremo. O Compromisso para o Resfriamento Global representa uma oportunidade poderosa para proteger vidas, saúde e segurança alimentar. Ao trazer a Natureza de volta às nossas cidades, não apenas atendemos às necessidades urgentes de mitigação e adaptação climática, mas também apoiamos a biodiversidade e tornamos nossas cidades mais habitáveis para todos”, afirmou Adalberto Maluf, copresidente do Compromisso para o Resfriamento Global e secretário nacional de Meio Ambiente Urbano, Recursos Hídricos e Qualidade Ambiental, do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA).
Durante a reunião em Bonn, a diretora-executiva da COP30, Ana Toni, reforçou que o tema resfriamento sustentável será umas principais prioridades da conferência, pois “as cidades, o clima e bilhões de pessoas dependem dele”. “Por meio do Compromisso Global de Resfriamento, nosso objetivo é transformar as cidades em motores de adaptação, impulsionar a implementação do Compromisso Global e garantir que ninguém seja deixado para trás com a aceleração do calor extremo”, complementou Toni.
O Relatório Global para o Resfriamento 2023, divulgado pelo PNUMA, destaca que, caso as tendências atuais persistam, o aumento da demanda por resfriamento pode gerar até 6,1 gigatoneladas de CO₂ até 2050. Além disso, mais de 1 bilhão de pessoas permanecem sem acesso aos meios necessários para resfriar alimentos, medicamentos e sustentar suas atividades econômicas.
“O resfriamento sustentável é uma alavanca fundamental para a adaptação e uma medida de mitigação que corrige o curso e ainda nos mantém dentro do limite de 1,5 °C”, disse Martin Krause, Diretor da Divisão de Mudanças Climáticas do PNUMA. “Integrar o resfriamento nos novos planos climáticos nacionais será fundamental para garantir uma abordagem holística que alinhe a ação climática com os benefícios sociais e econômicos”, acrescentou.
A Itália anunciou também novos financiamentos para a implementação do Compromisso Global de Resfriamento por meio do novo Mecanismo de Implementação do Compromisso de Habilitação para o Resfriamento (EPIC), do PNUMA. A nova iniciativa, que abriga um Mecanismo de Assistência Técnica e um Acelerador de Fundos, canalizará assessoria técnica e financiamento para as cidades.
“A Itália não está apenas avançando em suas metas nacionais, mas também apoiando os esforços internacionais para traduzir o Compromisso Global de Resfriamento em ações locais por meio da iniciativa EPIC”, afirmou na reunião Alessandro Guerri, diretor-geral do Ministério do Meio Ambiente e Segurança Energética da Itália.
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