O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) apresentou, nesta sexta-feira (14), na AgriZone, durante a COP 30, os avanços do Centro de Excelência em Fertilizantes e Nutrição de Plantas (CEFENP), iniciativa que busca ampliar a autonomia tecnológica do Brasil, impulsionar a economia circular e promover sistemas produtivos mais eficientes e com menor impacto ambiental. O tema foi debatido no painel ‘Descarbonização e Economia Circular no Agro: O Papel do CEFENP na Inovação Sustentável’, conduzido por José Carlos Polidoro, assessor da Secretaria-Executiva do Mapa.
Polidoro explicou que o CEFENP se estrutura como a maior articulação público-privada já mobilizada pelo setor, reunindo empresas, instituições de pesquisa, universidades e representantes da cadeia de fertilizantes. A proposta é enfrentar desafios que há décadas limitam o desenvolvimento nacional, especialmente a dependência de fertilizantes importados, que hoje chega a quase 90%. “Estamos falando de uma aliança construída para resolver problemas reais da agricultura, da pecuária e da agroindústria brasileira”, afirmou.
Segundo ele, a realidade tropical do país exige tecnologias próprias, capazes de reduzir perdas de nutrientes no solo e ampliar a eficiência na aplicação. Polidoro destacou que a falta de acesso a fontes de nutrição ainda atinge diretamente agricultores familiares: 57% desse público não utiliza nenhum tipo de nutriente, seja biológico, mineral ou natural. “Isso afeta produtividade, renda e segurança alimentar. Quando ampliamos o acesso a tecnologias adequadas, fortalecemos o campo e também a agenda climática”, disse.
O CEFENP atuará como uma rede nacional, com hubs instalados em regiões estratégicas, entre elas o Norte, que abriga importantes reservas de potássio. Essa rede vai acelerar o desenvolvimento de soluções, conectar parceiros e permitir que tecnologias cheguem ao mercado por meio da Rede FertBrasil, que já reúne mais de 70 inovações validadas.
Um dos pilares apresentados no painel foi a construção de uma plataforma digital que integrará produtores, empresas e centros de pesquisa, ampliando a colaboração e a adoção de práticas sustentáveis. “Não há como avançar sem integração. Estamos estruturando uma base de conhecimento digital que vai permitir ao setor evoluir de forma rápida e coordenada”, explicou.
Polidoro lembrou ainda que a adoção de práticas sustentáveis, como bioinsumos e sistemas circulares, será determinante para elevar a competitividade do agro brasileiro. O mercado global para essas soluções deve chegar a 80 bilhões de dólares nos próximos anos, o que abre novas oportunidades para produtores e empresas nacionais. “Estamos diante de um setor que cresce e que precisa de inovação. O CEFENP nasce para apoiar essa transformação”, destacou.
Ao encerrar a apresentação, o assessor reforçou que a iniciativa se consolida como instrumento de cooperação contínua entre governo e setor produtivo. “O centro é mais desejado pela própria cadeia do que por nós mesmos. Isso mostra que ele tem perenidade e capacidade real de transformar o setor”, afirmou.
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