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terça-feira, 7 de maio, 2024
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Após denúncia de indígenas, conselho solicita intervenção de órgãos estaduais

Após relatos de intoxicação de indígenas por agrotóxicos, CEDHU/MS pede “medidas urgentes” à Semadesc e Imasul

Nesta sexta-feira (8), o CEDHU/MS (Conselho Estadual de Direitos da Pessoa Humana) da Assembleia Legislativa encaminhou um pedido ao Governo de MS para que sejam tomadas medidas de intervenção em relação aos casos de intoxicação por agrotóxico denunciados pelos indígenas guarani-kaiowá em Caarapó.

O ofício, assinado pelo presidente do CEDHU/MS, deputado estadual Pedro Kemp (PT), foi endereçado ao titular da Semadesc (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação), Jaime Verruck, e ao diretor-presidente do Imasul (Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul), André Borges de Araújo.

No documento é mencionado que as lideranças indígenas da TI (Terra Indígenas) Guyraroka estão preocupadas com a permanente exposição da comunicada ao agrotóxico lançado em lavouras de monocultura da região.

“Percebem uma piora na gravidade e na quantidade de casos de intoxicação de adultos e crianças, a ponto de interpretar esta prática como forma de expulsão e extermínio de seu povo”, diz trecho do ofício elaborado CEDHU/MS.

O CEDHU/MS também solicita a “adoção de medidas urgentes” por parte dos órgãos estaduais para garantir a sobrevivência dos guaranis-kaiowás da região. No texto, o conselho recomenda que seja exigido o respeito aos limites de distanciamento para aplicação de agrotóxicos nas lavouras.

Após denúncia de indígenas, conselho solicita intervenção de órgãos estaduais
Feridas ocasionadas pelo contato permanente com agrotóxicos pulverizados pela fazenda vizinha à aldeia Guyraroka (Foto: Comunidade Guyraroka)

Estudo – O ofício também menciona o estudo realizado por pesquisadores da UFMS (Universidade Federal do Mato Grosso do Sul), da Embrapa Pantanal, da FioCruz (Fundação Oswaldo Cruz) Mato Grosso do Sul e do Fonasc.CBH (Fórum Nacional da Sociedade Civil nos Comitês de Bacias Hidrográficas).

No final de 2021, os pesquisadores examinaram pelo menos três fontes de água que abastecem a comunidade da TI Guyraroka. Em todas elas, ou seja, nas águas de rios e nascentes, da torneira e dos poços artesianos, bem como da água da chuva, foram identificados 20 tipos de agrotóxicos – a maioria deles combinados com outros tipos.

Fonte: Campograndenews