O Laboratório de Imunologia do Centro de Controle de Zoonoses de Campo Grande (CCZ) está tendo sua funcionalidade ampliada com a aquisição de um novo equipamento para realização de exames de Leishmaniose Visceral Canina (LVC) confirmatório feito por meio da técnica de Enzyme Linked Immunosorbent Assay (ELISA), que permite a detecção de anticorpos no plasma sanguíneo, o antileishmania Com isso, o tempo de espera pelo resultado será reduzido e a capacidade de processamento ampliada. O serviço é oferecido gratuitamente pelo órgão para a população.
“A amostra era recebida aqui e precisava ser encaminhada para o laboratório do Estado (Lacen) para ser processada, o que aumentava o tempo de espera. Agora todo o processo será feito no próprio CCZ, o que nos dará mais autonomia e agilidade neste processo. É mais uma conquista para a Saúde Pública do nosso Município, considerando que a leishmaniose é grave e a testagem é importante para nos dar um parâmetro quanto a prevalência da doença, possibilitando assim estabelecer estratégias de enfrentamento”, diz.
Atualmente, o CCZ realiza cerca de 4 mil exames de leishmaniose por dia, entre o teste rápido e o ELISA. O equipamento adquirido pelo Município tem capacidade para processar mais de 400 testes por dia, caso seja necessário.
No caso do exame sanguíneo positivo para a leishmaniose, o tutor poderá optar pelo tratamento, sendo necessário assinar um termo de responsabilidade que encaminhará o cão a uma clínica veterinária e nesse termo constará que o tutor está ciente sobre o que a doença pode causar ao animal caso o tratamento não seja realizado de forma correta, seguindo todas as recomendações feitas pelo órgão..
Dentre cães, no primeiro semestre deste ano foram 259 exames reagentes para leishmaniose, uma positividade de 33,16%. O CCZ atua para conscientizar a população sobre as medidas de combate e prevenção à doença, através das chamadas ações extramuros e também é feito o trabalho de bloqueio e manejo para eliminação do mosquito em parceria com a Coordenadoria de Controle de Endemias Vetoriais (CCEV).
Assim como o combate à dengue, a principal forma de prevenção à Leishmaniose, é evitar a proliferação do mosquito flebotomíneo, conhecido como palha. É necessário evitar o acúmulo de matéria orgânica, como resto de frutas, folhas, entre outros, tornando o ambiente propício para a presença do mosquito. Os cuidados com os animais domésticos também são importantes.
Em agosto deste ano, o Município iniciou trabalho de encoleiramento de cães em regiões de vulnerabilidade socioeconômica da Capital. Ao todo, nove mil animais serão testados e receberão a coleira que protege contra o mosquito que transmite a doença.
O projeto é uma iniciativa do Ministério da Saúde, que elegeu 160 municípios para reduzir a incidência de casos em humanos e a prevalência em cães em, no mínimo, 50%. A Capital, como se trata de uma cidade em região endêmica de leishmaniose, é considerada como uma região prioritária pelo órgão.
Conforme preconizado pelo Ministério da Saúde, a primeira etapa será realizada com todos os cães com idade igual ou superior a 03 meses juntamente com a coleta de sangue do animal. A partir da primeira substituição das coleiras, ela só será feita se o resultado do exame for negativo.