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Artigo: Tecnologia e engenhos modernos, sepultam o obsoleto

Por: José Alberto Vasconcellos

06/04/2019 09h – Por: Dora Nunes

TECNOLOGIA: “Disciplina que visa ao conhecimento científico das operações técnicas ou da técnica. Conjunto de técnicas específicas de determinado domínio.” (Dic.Veja/Larousse).

O que pretendemos é enfocar alguns setores na indústria, que produziam bens que se tornaram arcaicos e, por conseqüência, afastados do uso normal que vinham tendo. Essas mudanças, muitas até repentinas, provocam prejuízos totais e irreparáveis para as industrias que os vinham produzindo e para os operários: o desemprego!

Ganha a sociedade, com acesso a métodos e equipamentos modernos, que facilitam e melhoram o desempenho de cada um. Pela fluência inexorável e rápida do avanço da ciência e da tecnologia que vêm a todo instante para simplificar e facilitar, de maneira palpável e segura, a execução de muitas tarefas até então trabalhosas e complicadas, devemos agradecer àqueles que no-las propiciam. Nos dias de hoje, ao invés de perder tempo numa fila, você usa um aplicativo e, pronto! Vá a um Caixa Eletrônico no Banco e resolva seu problema! Você quer saber algo, acesse o Google!

Essas mudanças não mandaram aviso que estavam chegando, simplesmente chegaram e revogaram os costumes e usos que até então eram praticados, com máquinas e equipamentos que se tornaram obsoletos, da noite para o dia. As mudanças que testemunhamos nos últimos tempos — repentinas — foram fatais para muitos setores da industria que até então produziam bens que gozavam de elevado conceito e volumosas vendas por muitos anos.

Um exemplo: a máquina de escrever foi substituída pelo computador. Nós advogamos por longo período, utilizando uma “Olivetti”, vimos os gigantescos computadores transformarem-se em migalhas, que chegaram até nós, acessíveis e desafiadores. Simplificados e popularizados, os computadores chegaram para todos e provaram ser muito mais práticos e inteligentes. Utilizá-los, em lugar de uma máquina de escrever tradicional, foi como mudar a cor da Aurora Boreal. Um espanto!

Cabe aqui uma homenagem ao padre Francisco João de Azevedo (1827-1888) Nascido na Paraíba do Norte, hoje João Pessoa (PB); professor de matemática do Arsenal de Marinha, Rio de Janeiro, inventor da máquina de escrever. Seu invento foi apresentado na Exposição Agrícola e Industrial de Pernambuco em 1861 e na Exposição do Rio de Janeiro, em fins do mesmo ano, onde foi premiado com a Medalha de Ouro. Para fim de aperfeiçoar o invento, a Assembléia de Pernambuco, no art. 31 da Lei Orçamentária nº 1.061, de 13.06.1872, prometeu-lhe uma ajuda de 4:000$ (quatro contos), ajuda que nunca recebeu, assim como outras promessas. O inventor morreu em 26.07.1880, aos 66 anos, sem dinheiro e nenhum apoio para desenvolver suas invenções(Google)..

A Rainha da Inglaterra, sobre a máquina de escrever inventada pelo brasileiro, teria declarado: “An artificial machine or method for the impressing or transcribing of letterer singly or progressively one after another as in writing, whereby all writing whatever may be engrossed in paper or parchment so neat and exact as not to be distinguished from print.”(Google)

A Remington, indústria americana, que antes dedicava-se apenas à produção de armas, foi a primeira a investir na produção da máquina de escrever, em 1874 (Google), até sua substituição pelo computador. De alguma forma, a máquina de escrever influenciou no desenvolvimento do computador, que veio simplificar e facilitar a escrita.

Seguindo o fim das máquinas de datilografia, na mesma velocidade foram as máquinas fotográficas, com seus rolos de filmes; os discos de vinil pelos DVD´s e depois pelos Pen-Drive´s. Os telefones convencionais pelos modernos aparelhos com “Whatsapp” municiados com dispositivos para fotos, que liquidaram com a Kodak e suas películas. e mais um elevado número de objetos usados por todos, todos os dias a todas as horas, que foram sendo abandonados, porque obsoletos.

A tecnologia que a tudo moderniza, impõe-nos que olhemos apenas para a frente, sem importarmos com o aniquilamento de grandes e tradicionais industrias, fabricantes de bens que marcaram época, substituídas num piscar de olhos, por invenções modernas, melhores e mais fáceis de operar.

Disse o presidente Bolsonaro recentemente e com muita razão: “País que não tem ciência e tecnologia está condenado a ser escravo de quem as tem.”

O Mundo gira e precisamos girar com ele ou ficamos perdidos no tempo! A ciência e a tecnologia, não possuem alma e tampouco coração!

30.29.03.2019 (4700) Membro da Academia Douradense de Letras.

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