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segunda-feira, 6 de maio, 2024
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Descanse em paz , Robert Acevedo, por Odilon de Oliveira

Conheci Robert Acevedo, Deputado Federal, ex-governador do Departamento de Amambay/PY, ex-senador, em 2003, numa plantação de maconha, na selva paraguaia, numa das fases da Operação Aliança, anualmente realizada, desde 1994, pelo Brasil e o Paraguai.

Depois, a partir de 2004 e enquanto permaneci na vara federal de Ponta Porã, houve nova aproximação. Eram frequentes nossas reuniões, no gabinete de Acevedo ou no meu, às vezes com a participação de agentes americanos (DEA), sempre cuidando de estratégias para o enfrentamento da criminalidade transnacional, principalmente o tráfico de drogas, cada vez maior na região.

Com o apoio do então governador Acevedo, conseguimos extraditar muitos grandes traficantes brasileiros radicados no Paraguai e prender dezenas de criminosos. A Polícia Federal foi marcante, como ainda hoje, nessa luta, num universo de colaboração mútua.

Acevedo foi jurado de morte por um consórcio de traficantes internacionais. Eu também. Foram muitos os recados, ameaças e planos de morte. Em 2.010, Acevedo, já senador, foi atacado. Seu carro foi atingido por 40 tiros de fuzil.  Ele se jogou no assoalho do carro e levou dois tiros de raspão, no rosto e no braço. Escapou por milagre. Os membros de sua escolta morreram.

Os brasileiros não sabem que Acevedo, embora correndo risco, fez muito pelo Brasil, na luta contra o narcotráfico. Poucos policiais federais sabem.

Eu sei e nunca irei me esquecer. A Covid o levou aos 55 anos de idade, mas os traficantes não. Durma em paz, Robert Acevedo, e que Deus proteja Dona Zuma e suas filhas.

Juiz Odilon de Oliveira

Descanse em paz , Robert Acevedo, por Odilon de Oliveira