14 C
Ponta Porã
sábado, 18 de maio, 2024
InícioRegião‘Era difícil até de pegar gripe’, dizem amigos ao se despedirem de...

‘Era difícil até de pegar gripe’, dizem amigos ao se despedirem de fotógrafo morto por coronavírus aos 55 anos

Valdenir Rezende ficou internado por 35 dias e foi sepultado nesta segunda

A imprensa sul-mato-grossense perdeu mais um profissional para o coronavírus em Campo Grande. O repórter fotográfico Valdenir Rezende faleceu no domingo (1) aos 55 anos vítima da doença após ficar mais de um mês internado. 

O velório aconteceu na manhã desta segunda-feira (1º) e foi marcado pela emoção. Para os amigos e familiares, é difícil acreditar que um homem forte possa ter sido vítima do coronavírus. “Quando fiquei sabendo que ele foi infectado, jamais imaginei que ele pudesse falecer. Era muito forte e saudável, era difícil até de pegar uma gripe”, contou o fotógrafo Gerson Oliveira, de 49 anos. 

Como orientam as normas de biossegurança, o velório foi realizado com poucas pessoas, sendo que a maioria ficou do lado de fora, apenas para prestar apoio à família. Colega de profissão, Gerson conta que Valdenir era um excelente fotógrafo, uma pessoa muito humilde e não fazia competição. Ele conta que Valdenir tomava todos os cuidados para evitar a infecção pela Covid-19, mas não podia ficar em isolamento social. 

“Quando recebi a notícia [da morte] foi um baque, fiquei muito mal, sem reação. É complicado, é uma pessoa que sempre se cuidou, mas a profissão não permite o isolamento. Ele tinha que sair na rua, falar com as pessoas”.

Filho do repórter fotográfico, Bruno estava muito emocionado e diz que o pai deixou um legado em sua profissão. Ele relata que o pai apresentou uma melhora na semana passada e, cheia de esperança, a família preparava até faixas para recebê-lo em casa. 

'Era difícil até de pegar gripe', dizem amigos ao se despedirem de fotógrafo morto por coronavírus aos 55 anos
Valdenir deixa legado no jornalismo. (Foto: Reprodução/M. Calazans)

“Na sexta-feira, identificaram um problema no rim. Acharam que era simples, mas no sábado os órgãos pararam de funcionar. No domingo, nos disseram que era questão de minutos, horas ou dias para que ele falecesse. Ele não respondia mais ao tratamento, todos os órgãos tinham sido afetados, menos o coração”, lamenta.

Nas redes sociais, familiares e amigos também compartilharam mensagens de despedida. Desde cedo, Valdenir se interessou pela fotografia e disse a um chefe de redação que queria aprender sobre a profissão. Amigos contam que não demorou muito para que ele se destacasse na imprensa. 

FONTE: MIDIAMAX