Neste Dia Internacional de Mulheres e Meninas na Ciência, celebrado em 11 de fevereiro, a plataforma educacional Força Meninas convida para conhecer o perfil de cinco meninas notáveis de cada uma das cinco regiões do país, à frente de projetos e ações comunitárias que podem mudar o mundo por meio da ciência e da educação.
A Força Meninas, iniciativa cuja missão é fortalecer o potencial das meninas, capacitando-as com as habilidades necessárias para que sejam protagonistas das oportunidades futuras, acredita que é necessário investir em projetos de impacto social hoje para que haja transformação no amanhã.
“Meninas vêem as ciências exatas como uma área que não é pra elas. Essa mentalidade limita as oportunidades que elas encontrarão no mercado de trabalho. ‘Desestereotipar’ essas profissões é importante para destravar o futuro das garotas, além de garantir independência financeira e mobilidade social com boa remuneração. Precisamos sedimentar esse caminho agora para que elas possam se desenvolver plenamente”, afirma a CEO e fundadora da plataforma, Déborah De Mari.
Pesquisas apontam que, até 2025, o mercado brasileiro precisará contar com mais de 600 mil profissionais aptos a preencher vagas em STEM (Ciência,Tecnologia, Engenharia e Matemática, na sigla em inglês), segundo um estudo da Associação das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) e de Tecnologias Digitais (Brasscom). Porém, a estimativa é que o país não conseguirá produzir mão de obra qualificada nessa quantidade em um período tão curto de tempo.
O relatório Meninas curiosas, mulheres de futuro. Meninas brasileiras e a inserção em STEM: um abismo no presente e horizonte para o futuro, lançado por Força Meninas em fevereiro do ano passado revelou que nuances sociais e culturais vivenciadas pelas meninas brasileiras justificam a baixa presença de mulheres em carreiras de STEM. As meninas não possuem referências de pessoas em áreas exatas, (62%) delas dizem desconhecer pessoas que trabalham nessas áreas; 44% das meninas afirmam que matemática é a disciplina mais árdua, enquanto que essa dificuldade é citada por apenas 28% dos meninos entrevistados.
As cinco jovens destacadas por Força Meninas como futuras agentes de transformação foram vencedoras do prêmio Mude O Mundo Como Uma Menina promovido pela iniciativa, e são exemplos do quão importante é apoiar e reconhecer as habilidades das meninas desde cedo, ajudando a enxergar essas áreas como ferramentas para mudar seus mundos, pistas dadas por Força Meninas para aumentar a participação delas no futuro por uma sociedade para todos.
Conheça cada uma das cinco jovens a seguir:
Região Sudeste
Júlia Bonitese Duarte, de Belo Horizonte (MG): É uma militante que luta pelo planeta e pelos direitos das crianças. Aos 8 anos criou o Projeto Pequenos Protetores do Planeta (Projeto PPP) e foi citada pela ONU como uma das ativistas mais jovens do país. Ensina as crianças a fazerem bolinhas de papel reciclado com sementes, que irão se desenvolver e podem ser plantadas ou lançadas em terrenos, permitindo a regeneração de áreas degradadas. Júlia venceu na categoria Pioneira da quinta edição do prêmio Mude O Mundo Como Uma Menina. A categoria é aberta a meninas que conseguem inspirar outras a irem além. Incluem-se aqui as precursoras de ideias, projetos e iniciativas que vão além do senso comum e que impactam uma comunidade.
Região Nordeste
Maria Larissa Pereira Paiva, de Pires Ferreira (CE): Larittrix é jovem cientista cidadã, divulgadora científica e a primeira Astronauta Análoga do seu estado. Sua maior motivação é reduzir desigualdades e promover democratização do STEM. Em 2020 fundou o projeto de iniciação científica DosedeCiência na EEEPATA durante a pandemia, para ajudar os colegas a não desistir dos estudos e conhecer novas possibilidades científicas. No final de 2020, ingressou no programa Caça Asteroides (NASA/MCTI/IASC). Foi vencedora na quinta edição do prêmio Mude o Mundo como uma Menina na categoria Líder, que reconhece meninas notáveis por lutar por aquilo em que acreditam, liderando movimentos, causas e/ou projetos engajando pessoas.
Região Norte
Geovana Sampaio Gonçalves, de Belém (PA): É uma defensora da democratização de oportunidades para outros jovens, principalmente, no norte. Foi a primeira paraense selecionada em cinco simulações da ONU que reúnem estudantes preocupados com questões sociais urgentes em renomadas instituições internacionais de ensino como Harvard, Yale, MIT e em programas especiais da ONU, como Naimum e Wimum. É cofundadora do instituto Transform Education. Recentemente, foi aprovada para estudar em Harvard Undergraduate International Relations Scholars Program e participou da Latin American Leadership Academy. Venceu a categoria Determinada do prêmio Mude o Mundo como uma Menina em 2023. Nesta categoria são consideradas meninas que enfrentaram diversos obstáculos em suas jornadas. Engloba meninas que desenvolveram projetos, ideias e/ou movimentos em situações com obstáculos financeiros, sociais, físicos e/ou geográficos, que foram transpostos por sua determinação e vontade de fazer a diferença.
Região Sul
Victórya Leal Altmayer Silva, de Osório (RS): Entusiasta da economia circular, idealizou o projeto FIDERE, um aplicativo e-commerce para conectar brechós e associações femininas. Conduziu uma pesquisa com 508 jovens onde coletou 16 mil dados através de Modelagem de Equações Estruturais. Criou um modelo matemático inédito do comportamento dos jovens brasileiros na economia circular, cujo resultado indicou que a educação é fundamental. A partir disso, desenvolveu o jogo de tabuleiro e aplicativo Eco-Socius, voltado à educação para o desenvolvimento sustentável, atingindo aproximadamente 1 mil pessoas e mais de 20 escolas. Foi a jovem vencedora do prêmio de Força Meninas na categoria Visionária, que contempla meninas que idealizam projetos inovadores e que são vistas como “à frente do seu tempo”.
Região Centro-Oeste
Isadora Rodrigues Silva, Sol Nascente, (DF): Militante da educação e dos direitos femininos, Isadora é uma jovem mulher que foi criada em uma favela sem acesso a direitos básicos como educação e saúde. Ganhou o LED, prêmio de maior prestígio da educação brasileira. Também desenvolveu o Todos Pelas Mulheres, um aplicativo que facilita às mulheres denunciar, em segurança, casos de violência. Seu sistema já é utilizado por mais de 300 delegacias especializadas no atendimento à mulher. Isadora foi a finalista na categoria Líder no prêmio Mude o Mundo como uma Menina, reconhecida por lutar pelo o que acredita, por liderar movimentos, causas e/ou projetos engajando pessoas.
Além das meninas que representam as cinco regiões do Brasil destacadas no perfil, conheça também os projetos que venceram a categoria Juntas Somos Força em 2023. A categoria celebrou seis projetos em fases iniciais, que apresentaram potencial de crescimento e impacto para outras jovens dentro das temáticas: Inclusão Financeira, Combate a Crise Climática, Saúde das meninas, Inserção em áreas STEM e Tecnologias emergentes.
Categoria Juntas Somos Força:
Projeto Afro Beauty, Niterói, Rio de Janeiro
Júlia dos Santos Dutra, Alexia Raissa dos Santos Henriques, Rayssa Victória de Oliveira Costa de Araújo
Projeto ApGirls, Macapá, Amapá
Julia Maia Bernardes, Amanda Karolina Dias Ferreira, Letícia Cristynne Leal da Silva, Anna Luiza Ramos da Silva
Projeto Eagle Glasses, Santa Rita do Sapucaí, Minas Gerais
Elaine Cristina de Cássia Silva, Paula Aparecida da Silva
Projeto Inclui N@Mesa, Maracanaú, Ceará
Caroline Maria de Queiroz Freitas, Adriele Ferreira Cunha, Débora Lúcia Ferreira Coelho
Projeto MIRA, Ouro Preto, Minas Gerais
Maria Eduarda Neves de Almeida, Ana Clara Alves Belmonte Galvão, Isabella Heloisa Jacinto do Nascimento, Rayssa de Oliveira Mendes
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Fonte: Mulher