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Força Nacional fica em MS até agosto para evitar confrontos entre índios e fazendeiros

Ministério da Justiça autorizou atuação dos militares em Caarapó e Dourados

17/01/2020 07h10 – Correio do Estado

Militares da Força Nacional de Segurança Pública irão atuar por 180 dias em Mato Grosso do Sul, a contar a partir desta quinta-feira (16), com objetivo de evitar confrontos armados entre indígenas e produtores rurais em Caarapó e Dourados. Portaria com autorização para prorrogação foi publicada na edição de hoje do Diário Oficial da União.

Segundo a portaria, Força Nacional poderá ser empregada com enfâse em ações de policiamento ostensivo, para prevenção de conflitos agrários por questões fundiárias, em caráter episódico e planejado, em apoio aos órgãos de segurança pública no Estado de Mato Grosso do Sul.

O pedido para atuação da Força Nacional foi feito pelo governador Reinaldo Azambuja depois conflitos entre produtores rurais e indígenas ocorridos em Dourados no dia 3 de janeiro deste ano.

Em Caarapó, a Força Nacional atua desde junho 2016 em decorrência da morte de um indígena de um indígena guarani-kaiowá na disputa agrária. Na época, a então presidente Dilma Roussef chancelou uma nova demarcação de terras indígenas, justificando a decisão baseada em estudos de identificação e delimitação de terras.

Com a sanção de Dilma, índios de uma aldeia local decidiram invadir uma fazenda e seis deles foram baleados. Clodiode Aquileu Rodrigues de Souza, agente de saúde da aldeia Tey Kue e filho de liderança, morreu baleado.

Depois do atentado, que ganhou as manchetes nacionais, oito fazendas nos arredores foram invadidas e permanecem ocupadas, amparadas pela decisão de 2016. A Força Nacional busca garantir que não haja novas invasões e confrontos.

A Força Nacional também atua em Mato Grosso do Sul, na cidade de Ponta Porã, em apoio às ações de combate aos crimes fronteiriços.

Em 2016, confronto terminou com morte de índio em Caarapó - Foto: Foto: Valdenir Rezende / Arquivo / Correio do Estado