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terça-feira, 30 de abril, 2024
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Operação fiscaliza propriedades rurais suspeitas de degradar Rio da Prata

Relatório da ação será formalizado e encaminhado ao Imasul, Ministério Público e à delegacia de Polícia Civil

Operação ambiental envolvendo equipes do Imasul (Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul) e PMA (Polícia Militar Ambiental) deflagrada neste sábado (29) teve como alvo propriedades rurais banhadas pelo brejão do Rio da Prata, área úmida no limite entre as cidades turísticas de Bonito e Jardim.

A ação teve como objetivo frear o processo de degradação do Rio da Prata, que há 90 dias está com aspecto leitoso, impedindo mergulhos com cilindro e demais atividades de Ecoturismo. O aspecto esbranquiçado da água foi observado desde 31 de janeiro, após chuva intensa na região.

Desde o inicio, o problema ambiental vem sendo monitorado pelo Projeto Cabeceiras do Pantanal, do IHP (Instituto Homem Pantaneiro), na altura a Ponte do Curê, em Jardim. O instituto verificou que o problema poderia estar a uma fazenda, onde pedras foram removidas de drenos. A movimentação das pedras na área de banhado, que tem o chamado solo cárstico, resultaria na cor esbranquiçada.

A 4ª Companhia da PMA (Policia Militar Ambiental) de Bonito confirmou que houve a operação para identificar possíveis irregularidades, mas não detalhou quais propriedades foram alvos, nem qual a situação encontrada “Realizamos a vistoria. Agora estamos formalizando o que foi constatado. Tudo que está sendo documentado vai ser encaminhado ao IMASUL, Ministério Público e, caso necessário, à delegacia de Polícia Civil”, resumiu o capitão Basílio Cesar da Silva, comandante da subunidade.

Operação fiscaliza propriedades rurais suspeitas de degradar Rio da Prata

Há suspeita de que os drenos foram abertos sem licença ambiental para secar a área de banhado, propiciando o uso para agropecuária, tendo em vista que região tem várias pequenas nascentes e os solos férteis atraem a agricultura.

O brejão do Rio da Prata é uma área úmida com 5 mil hectares, que abrange várias fazendas e funciona similar ao rim, filtrando os sedimentos que iriam para o rio. Em 1984, a área do brejão era calculada em 7 mil hectares, mas que foi reduzida para 5 mil hectares com o passar do tempo.

A proteção aos brejos, também conhecidos como banhados ganhou reforço com a Lei 5.782, assinada pelo ex-governador Reinaldo Azambuja em 2021. A legislação instituiu como áreas prioritárias banhados nas nascentes dos rios da Prata e Formoso. A lei abrange 13.659 hectares nos municípios de Bonito e Jardim, no entanto parte do banhado onde nasce o Rio da Prata ficou de fora, ficando vulnerável para pratica de crimes ambientais.

A reportagem tentou contato com o Imasul (Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul) e Semadesc (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação) para acessar mais detalhes sobre a operação, mas até a publicação da matéria não houve sucesso. O espaço segue aberto.

FONTE: CAMPO GRANDE NEWS