Cátia teve o pescoço cortado por uma linha de pipa na Vila dos Ferroviários.
Éder Moura, esposo da enfermeira Cátia Pavaneli Cardoso, vítima de um acidente fatal ocorrido no último dia 27 de janeiro, pede por justiça. Cátia teve o pescoço cortado por uma linha de pipa na Vila dos Ferroviários, em Três Lagoas, deixando a família em profundo luto e em busca de respostas.
Éder descreve a família como abalada e em busca de respostas, enquanto clama pelo fim do comércio ilegal de linhas com cerol e chilena, responsáveis pelo trágico incidente. Até o momento, nenhuma detenção foi realizada pela polícia, aumentando a revolta e a sensação de impotência dos familiares.
“O sentimento é de muita tristeza. Um vazio no coração. A gente tenta se recuperar pouco a pouco, no dia a dia, mas a indignação é grande. Fomos pegos de surpresa. Uma fatalidade terrível, com linha de pipa com cerol ou chilena, ambas são perigosas. Acredito que minha esposa não foi a primeira vítima”, desabafa à TVC Três Lagoas.
Cátia Pavaneli residia há cerca de cinco anos no bairro Jardim Eldorado, em Três Lagoas, e deixou dois filhos, um de cinco e outro de 15 anos. Éder revela que será difícil continuar morando no local com os filhos após a tragédia, mas mantém a confiança no trabalho das autoridades para resolver o caso.
“Ainda não tivemos retorno, mas a polícia disse que está fazendo toda a investigação. O que sei é que muitos gostam de soltar pipa no local por não ter quase residências, mas tem ruas que trafegam gente a pé, bicicleta, de carro. É um perímetro urbano, onde não devia estar acontecendo isso”, destaca Éder.
A família clama por medidas contra o uso de linhas chilenas ou com cerol, questionando a responsabilidade dos comerciantes na venda desses materiais proibidos. “Os comerciantes sabem que é proibido, então por que vendem? Sabem que pode levar a uma fatalidade. Eu espero que a justiça seja feita e todo esse processo de venda seja inibido, para que novas vítimas não sejam acometidas e novas famílias não sofram”.
Diante da comoção causada pela tragédia, dois projetos de lei serão apresentados na Câmara Municipal de Três Lagoas: um voltado para a conscientização das crianças nas escolas sobre os perigos desses materiais e outro para tornar mais severa a legislação que proíbe a comercialização e o uso de linhas chilenas ou com cerol.
O acidente ocorreu enquanto Cátia seguia em uma motocicleta com seu filho de cinco anos para o trabalho. Ela foi atingida por um fio cortante, perdendo o controle da motocicleta e caindo cerca de 50 metros à frente. Suspeita-se que a linha estivesse com cerol, uma mistura perigosa de cola e vidro.
O socorro foi acionado pelo filho da vítima, com a ajuda de outras crianças próximas, mas infelizmente Cátia não resistiu à lesão profunda no pescoço, falecendo no local.
Fonte: Topmidianews