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domingo, 5 de maio, 2024
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Bailarinas dançam na fronteira Ponta Porã/Pedro Juan separadas por arame farpado

De acordo com professora, alunas fizeram teste rápido que atestaram negativo para covid-19

Fonte: G1

A cerca de arame que separa em tempos de pandemia do coronavírus o Paraguai, do Brasil, em Mato Grosso do Sul, foi o cenário escolhido por duas bailarinas para apresentar um espetáculo que demonstra que mesmo com as fronteiras fechadas as duas nações continuam unidas pela esperança de dias melhores em um futuro breve. O vídeo viralizou na internet.

A apresentação foi feita junto a cerca entre Pedro Juan Caballero, no Paraguai, e Ponta Porã, no Brasil. As bailarinas, Jazmín Calonga Caceres de 13 anos e Lujan Cañete Cabañas de 12, estudam dança em uma escola paraguaia. Para fazer a apresentação elas conseguiram uma autorização especial do Exército paraguaio, para que uma delas pudesse ultrapassar em até um metro a cerca e atravessar para o lado brasileiro.

Entretanto, toda a apresentação foi vigiada por militares armados, para assegurar que o perímetro estabelecido não fosse superado. Também foram obrigadas a fazer um teste rápido para demonstrar que não estavam com o coronavírus.

Com máscaras e ao som da música Girassol, de Whindersson Nunes, interpretada por Priscilla Alcântara, as duas mostraram por meio da arte, a atual realidade da fronteira que desde março está fechada separando famílias e amigos.

Segundo Jazmín Calonga a experiência foi inesquecível apesar do momento triste que os dois países enfrentam: “Foi gratificante esse trabalho que com certeza ficará em nossas memórias para sempre”, relembra. Já Lujan Cañete, ressalta que está feliz com o resultado final e com a reação do público que se emocionou com elas

De acordo com a professora de dança da escola que fica do lado paraguaio, Giannine Galvalisis, o projeto nasceu há um mês com a ideia de mostrar a atual situação da região: “Como as duas cidades que sempre foram caracterizadas pela união como uma só, ficaram divididas pelo arame farpado separando familiares e amigos. Tudo isso trouxe para nós sentimentos de tristeza e saudade”, explicou ao G1.

Segundo Giannine, toda coreografia foi montada de forma virtual e a experiência foi desafiadora para toda equipe: “A dança exige muito o contato físico, nesse caso, ainda mais importante, porque trata-se de um duo. O encontro das meninas junto com a coreógrafa e a equipe de produção só foi no dia da gravação, priorizando sempre as medidas sanitárias de proteção de todos os envolvidos”, explica

Conforme a coreógrafa paraguaia, Fhalon San Martin residente de Assunção, explica que antes da pandemia, ia semanalmente até Pedro Juan Caballero para da aula, mas por conta da quarenta, as aulas tiveram que passar a ser no sistema online.

“Ter que transmitir toda a minha inspiração para as bailarinas em um cenário que não conhecia e de maneira virtual, foi um grande desafio. Mas ao ver o resultado final e a repercussão das pessoas, é a melhor sensação de alegria e satisfação pelo trabalho feito”, finaliza.