18 C
Ponta Porã
quarta-feira, 15 de maio, 2024
InícioRegiãoAntônio JoãoIndígenas ocupam fazenda, mas negociam saída com a PM

Indígenas ocupam fazenda, mas negociam saída com a PM

Fazenda Itaguassu fica longe de outras propriedades ocupadas em Antônio João, na linha internacional

Indígenas ocuparam na manhã desta sexta-feira (15) a Fazenda Itaguassu, no município de Antônio João, fronteira com o Paraguai. No início da tarde, após negociação com a Polícia Militar, eles deixaram o local.

Pertencente à Agropecuária Rio da Areia, a propriedade fica distante das fazendas Fronteira e Morro Alto, invadidas no início de outubro. Há duas décadas, a região é marcada por conflitos envolvendo fazendeiros e a comunidade guarani-kaiowá que reivindica a demarcação da Área Ñande Ru Marangatu.

Ao Campo Grande News, o tenente-coronel Edson Guardiano, comandante do 4º Batalhão da PM em Ponta Porã, informou que a patrulha rural foi até a propriedade e conversou com representantes dos indígenas. Alguns estavam na Fazenda Itaguassu e outros permaneceram do outro lado do Rio Estrela, em território paraguaio. No início da tarde, todos deixaram a fazenda e cruzaram o rio de volta para o Paraguai.

Segundo o comandante, a propriedade é extensa e fica distante das áreas reivindicadas pelos indígenas. O oficial informou que há muitas ocorrências de abigeato (furto de gado) no local. Há denúncias de que indígenas de uma aldeia no Paraguai cruzam o rio para abater o gado e furtar pedaços de carne.

“Meu pessoal foi cedo para a área, a patrulha rural e a equipe de Antônio João. Vamos permanecer por enquanto, para evitar conflitos”, explicou. Guardiano informou que PM também mantém equipes em tempo integral nas outras propriedades. Segundo ele, a Fazenda Fronteira está totalmente ocupada. Os indígenas também ocupam parte da Morro Alto. A presença da PM inibe a ampliação das invasões. O caso está em discussão na Justiça.

A ocupação da Fazenda Itaguassu ocorreu um dia após o Congresso Nacional derrubar o veto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao projeto do marco temporal, pelo qual, apenas áreas ocupadas pelos indígenas até a Constituição de 1988 poderiam ser demarcadas.

Fonte: Campograndenews