Negociações continuam
Desde as 16h dessa sexta-feira, dia 01 de janeiro de 2021, um policial penal é refém de 03 presos do estabalecimento Penal Masculino Ricardo Brandão em Ponta Porã.
O site Pontaporainforma esteve na frente do Presídio acompanhando a movimentação desde as 17h, porem pouca informação foi repassada a imprensa.
Fato é que o quadro de funcionários da Agepen é de 3240 (oficial), porém atualmente há apenas cerca de 1900 funcionários e até pouco tempo atrás esse efetivo era direcionado a realizar a segurança e custódia interna, enquanto que a Polícia Militar direcionava um efetivo superior a 500 policiais para a realização da escolta e custódia externa. Mas os policiais militares estão deixando de realizar tal serviço e a Agepen, com déficit de funcionários está tendo que direcionar seu efetivo para atender a demanda deixada pela PM, forçando, dessa feita, os policiais penais (antes denominados agentes penitenciários) a adotarem posturas menos seguras, devido a falta de efetivo.
Importante ressaltar que a Polícia Militar não tem nenhuma atribuição no Sistema Penitenciário e o emprego de policiais militares nas Unidades Prisionais é e sempre foi Desvio de Função, não tendo amparo legal. O que foi dado foi um apoio por parte da Polícia Militar até que o órgão responsável se estruturasse, o que não aconteceu. Enfim, o desvio de Policiais Militares da atividade policial, para custódia de presos, tem causado extremo prejuízo ao policiamento ordinário, que é aquele feito nas ruas da cidade.
Caso o estabelecimento penal de Ponta Porã estivesse com o efetivo completo, dificilmente o policial penal teria se tornado refém, já que exisitiria um reforço a sua retaguarda.
O policial penal teria sido pego como refém após o fechamento do banho de sol dos internos por três internos que estão isolados em cela disciplinar e um destes, teria uma série de sanções disciplinares.
Às 20h, foi comunicado que as negociações continuavam e que o servidor feito refém estava bem fisicamente, não havia sido agredido pelos detentos. Os presos que se rebelaram querem a presença de representantes da justiça e não deixaram claro quais seriam as reinvidações.
Estiveram presentes membros da OAB de Ponta Porã, Policia Militar, Policia Civil, Corpo de Bombeiros, DOF, COPE, sendo que a negociação está sendo realizada pelo Choque da PM.
O site Pontaporainforma recebeu algumas mensagens de familiares dos internos que alegam que um dos motivos que pode ter ocasionado essa revolta é problema do Covid-19, onde internos estariam contaminados e teriam sido “jogados” em um local e isolamente sem uma assistência adequada. Outros reclamam que os internos recebem comida azeda., o que foi questionado, visto que os policiais penais também comem da mesma comida.
Familiares dos detentos permaneceram na frente do presídio acompanhando o desenrolar do caso.
Até o fechamento dessa matéria, nada mais foi repassado e as negociações continuam internamente.
